Ao menos um homem foi morto e 10 pessoas ficaram feridas após uma van atropelar pedestres em frente a uma mesquita em Londres na noite deste domingo (madrugada de segunda no horário local). Segundo a polícia, um homem de 48 anos que seria o condutor do veículo foi detido. O incidente aconteceu na região de Finsbury Park, no norte da cidade.
— Um homem foi declarado morto na cena do crime do ataque e 10 feridos foram levados para três hospitais diferentes — disse a polícia londrina em um comunicado, acrescentando que o motorista do veículo havia sido detido por pessoas que estavam na cena do crime e foi preso.
*AFP e ZERO HORA
— O motorista da van, um homem de 48 anos, foi imobilizado pela população no local e, em seguida, foi preso pela polícia — disse o comunicado — Ele foi levado ao hospital por precaução — acrescentou.
Ainda não há confirmação se o atropelamento foi intencional ou um acidente. Mas a polícia trata o incidente como um "provável ataque terrorista". Líderes muçulmanos afirmam que fiéis foram atingidos quando deixavam a mesquita.
— Fomos informados de que uma van atropelou fiéis quando eles deixavam a mesquita. Nossas orações estão com as vítimas — disse o conselho muçulmano da Grã-Bretanha (MCB) no Twitter.
Harun Khan, o chefe do MCB, disse que a van tinha "intencionalmente" atropelado pessoas que deixavam preces noturnas neste mês sagrado do Ramadã.
Um repórter da AFP viu um helicóptero e muitos veículos de emergência no local do incidente, que foi fechado por um grande cordão policial. O tráfego foi fechado na parte da Seven Sisters Road onde o incidente aconteceu.
A jornalista gaúcha Cynthia Vanzella, que mora perto de onde ocorreu o incidente, publicou informações sobre o que viu em seu Twitter. Em uma das mensagens, escritas em inglês, ela disse: "Horrível ver os policiais fazendo massagem cardíaca nas pessoas caídas no chão, tentando salvá-las".
A mesquita fica perto da Seven Sisters Road e já foi um centro conhecido por ter islamitas radicais, mas mudou completamente sob nova administração. Seu antigo imã, Abu Hamza, foi preso em Nova York, acusado de terrorismo em 2015. Ele pregou nessa mesquita de 1997 a 2003, antes de ser preso por incitar a violência. Mais tarde, ele foi extraditado para os Estados Unidos.
Em 2015, a mesquita foi uma das cerca de 20 que participaram de um dia organizado pelo MCB para promover uma melhor compreensão do Islã após ataques extremistas em Paris.
Apesar da mudança de liderança e do novo foco nas relações com a comunidade, a mesquita recebeu uma série de e-mails e cartas ameaçadoras na sequência dos ataques de Paris.
O incidente acontece em um contexto de tensão, depois que o Reino Unido foi atingido por três atentados em três meses, dois deles com veículos jogados contra as pessoas.
No dia 22 de março, Khalid Masood, um britânico de 52 anos convertido ao islã e conhecida da polícia, lançou seu veículo contra vários pedestres na ponte de Westminster, no centro de Londres, antes de assassinar um policial com uma faca em frente ao parlamento. Houve ao todo cinco mortos.
Em 22 de maio em Manchester, um atentado suicida, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, deixou 22 mortos e uma centena de feridos na saída de um show da cantora americana Ariana Grande. O autor, Salman Abadi, era um britânico de 22 anos de origem libanesa.
No início do mês, sete pessoas morreram e 48 ficaram feridas em um atentado terrorista. Três homens atropelaram com uma van os pedestres na London Bridge, antes de descer do veículo para esfaquear várias pessoas no Borough Market. A polícia matou três suspeitos.
Este conteúdo foi originalmente publicado no *AFP e ZERO HORA