Agora, a empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina se prepara para inovar em sistemas inteligentes.
A necessidade de distanciamento social imposta pela pandemia da Covid-19 fez com que, em poucos dias, a gestão operacional dos Portos do Paraná fosse adaptada para ambientes digitais. Agora, a empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina se prepara para inovar em sistemas inteligentes.
“Tivemos que nos adaptar em pouco tempo. Fizemos isso sem parar um dia sequer. Entendemos que esse é o momento de buscar um ambiente mais tecnológico para que possamos ter mais confiabilidade, eficiência e qualidade em toda operação portuária”, afirma o diretor-presidente, Luiz Fernando Garcia.
Novos projetos de modernização já foram contratados. Neste mês, a Portos do Paraná firmou uma colaboração técnica inédita com a Fundación Valenciaport, um centro de pesquisa, inovação e formação do setor logístico portuário, com sede no porto de Valência, na Espanha, e atuação em portos da Europa, América Latina, Ásia e Oriente Médio.
“A proposta é única no Brasil e vai modernizar os portos paranaenses com estratégias que são referência nos mais importantes e eficientes portos do mundo. Será um dos marcos históricos em cooperação de trabalho internacional”, destaca Garcia.
DIGITAL – Os projetos desenvolvidos em conjunto com a Valenciaport vão estruturar o Port Community System, uma plataforma de troca de dados da comunidade portuária, e do Port Collaborative Decision Making (PortCDM), um novo modelo de gerenciamento das operações marítimas, em tempo real, entre todos os agentes envolvidos nas operações de chegada e saída de navios. Além disso, a parceria discute questões de segurança digital e tecnologia de proteção de dados.
Hoje, a Portos do Paraná conta com diferentes sistemas para a gestão das operações portuárias, fluxo de caminhões, estoques de cargas recebidas, entre outras atividades. “Esses sistemas fornecem as informações necessárias para a realização das reuniões online com agentes, operadores, terminais e exportadores”, explica o chefe da Divisão de Silos, Gilmar Francener.
Os principais sistemas são o AppaWeb e o Carga Online. O primeiro é uma solução integrada de controle de operações portuárias e faturamento. É o AppaWeb que permite a interação com operadores portuários, terminais, agentes, clientes, exportadores, importadores, despachantes e sistemas externos, como da Receita Federal.
Já o Carga Online é um sistema que trabalha integrado ao AppaWeb para gerir a logística de recebimento dos granéis de exportação (descarga e armazenagem), principalmente no controle da chegada dos caminhões e vagões, com cotas diárias de desembarque, de acordo com capacidade e performance dos terminais.
“O caminhão só desce para descarga quando tem navio nominado para receber o produto. O ciclo é ordenado e, além de evitar as filas, garante o giro e a qualidade dos produtos embarcados, que não ficam muito tempo em estoque”, explica Francener.
GESTÃO - Além dos sistemas, que são ajustados com frequência, as regras são claras e as reuniões são diárias e públicas, o que garante maior transparência e eficiência à logística.
Para o diretor da Associação de Terminais do Corredor de Exportações do Porto de Paranaguá, André Maragliano, a regulamentação do porto paranaense é um grande diferencial. “São regras inteligentes que beneficiam o terminal que tenha carga e premia a operação mais produtiva. Isso gera produtividade e todos ganham, com mais agilidade em toda a operação”, afirma.
Ele lembra que o Porto de Paranaguá é um porto público, onde nove terminais privados estão conectados e usam, de maneira compartilhada, os mesmos ativos, os mesmos berços, em sistema pool. “Utilizando esse sistema, com as regras de atracação, o Corredor de Exportação ganha em eficiência e redução de custo. Isso também é uma ideia inovadora, que bem aplicada tem gerado ganhos para toda a cadeia”, afirma.
AEN-PR