A Polícia Federal desarticulou hoje (8) um esquema criminoso que visava realizar saques fraudulentos em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Dezessete pessoas foram presas em flagrante quando faziam saques em agências da Caixa Econômica Federal no Rio de Janeiro.
Cerca de 160 policiais federais participantes da ação, batizada de Operação Pescaria, em conjunto com a Gerência de Segurança da Caixa. As investigações indicam que os criminosos se dirigiam diretamente aos caixas de autoatendimento e confirmavam os dados necessários para os saques, se passando pelos reais beneficiários. Para prender os criminosos, os policiais monitoraram 65 agências em vários municípios do estado do Rio de Janeiro.
A operação visou frustrar especialmente os saques irregulares até o limite de R$1,5 mil, que podem ser realizados nos caixas eletrônicos sem necessidade de utilização do Cartão Cidadão, apenas com a senha. Os criminosos conseguiam o código por meio de e-mails, aplicativos e postagens em redes sociais com vírus que capturavam informações dos beneficiários. Em seguida, realizavam os saques normalmente nas contas dos trabalhadores com direito a resgatar o FGTS inativo.
“Não era uma quadrilha só. Eram vários grupos separados que usavam a estratégia de phishing, usando alertas falsos de internet para capturar dados. Uma parte dela veio de São Paulo e eles fizeram um site falso da Caixa Econômica Federal. Você clicava em alertas como 'consulte aqui o seu saldo do FGTS' e isso levava para um site falso da Caixa, onde digitava os dados”, explicou o delegado federal Erick Blatt, chefe do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos.
Com os presos, foram apreendidos R$ 160 mil. No penúltimo lote de trabalhadores beneficiados com o FGTS inativo, as fraudes levaram a prejuízo de R$ 4 milhões, em todo o país. O último lote de saques de contas inativas do FGTS, para trabalhadores nascidos em dezembro, foi liberado hoje. Os recursos devem ser sacados até o dia 31 deste mês. Mais de 2,5 milhões de trabalhadores têm direito ao saque. O valor total disponível ultrapassa R$ 3,5 bilhões e equivale a aproximadamente 8% do total disponível.
“A gente prevê que neste último lote o prejuízo seria de R$ 700 mil a R$ 1 milhão, só no Rio de Janeiro. Em torno de R$ 8 milhões no país todo”, disse o delegado.
Depois de ouvidos na sede regional da PF, na Praça Mauá, os presos foram levados para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e depois seguirão para o sistema prisional. De acordo com o delegado, os trabalhadores que foram vítimas dos criminosos poderão reaver as quantias junto à Caixa.
EBC