Valores constam em planilhas apreendidas na casa da irmã do operador financeiro

Odoleiro Lúcio Funaro, que no último mês firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), pagou R$ 56,9 milhões ao ex-deputado Eduardo Cunha, mesmo após o início da operação Lava Jato, em 2014.

A Polícia Federal (PF) chegou à informação por meio de planilhas referentes ao pagamento de propina a políticos, apreendidas na casa da irmã de Funaro, que é apontado como operador financeiro do PMDB na Câmara.

Os documentos foram apreendidos por ordem do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília.


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Apelidado do "Bob", Cunha teria recebido R$ 1,3 milhão, quando ainda era o presidente da Câmara dos Deputados, em 2015.

Ainda conforme os documentos, a maior parte do dinheiro foi entregue em espécie, a auxiliares do ex-deputado. Entre os citados estão Altair Pinto, Claudio Fernando Barbosa e Sidney Roberto Szabo. Funaro também usava empresas e "laranjas" para fazer o repasse de propina.

"Não podemos afirmar que as mesmas correspondem ao total das entregas de dinheiro efetuadas, mas apenas as localizadas até o presente momento", diz o relatório da PF de 184 páginas datado do último dia 4.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, as provas foram anexadas à denúncia feita, na semana passada, pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o que chamou de "quadrilha do PMDB".

As planilhas registram pagamentos de Funaro para Cunha desde 2011. Daquele ano até 2015, há anotações de pagamentos de R$ 89 milhões para Cunha, incluídos cerca de R$ 7 milhões pagos a outros políticos, mas que Funaro considerou como recursos de Cunha, pois teriam ocorrido a pedido do ex-deputado.

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