O ex-presidente do Peru Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, se entregaram na noite de quinta-feira 13 às autoridades, após um juiz determinar que o casal fique preso por até 18 meses enquanto o Ministério Público prepara denúncias contra os dois por suspeita de lavagem de dinheiro no esquema de corrupção da empreiteira brasileira Odebrecht.
A decisão do juiz Richard Concepción Carhuancho, que recebeu vaias de aliados do casal durante uma audiência de dois dias aberta ao público, marcou a segunda vez que o magistrado decretou a prisão de um ex-presidente do Peru em decorrência do escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht.
O procurador Germán Juárez citou o depoimento prestado por ex-executivos da Odebrecht para acusar Humala e sua mulher de terem recebido pagamento ilegal de US$ 3 milhões. Juárez também acusou o casal de receber dinheiro irregular do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.
O procurador havia solicitado a prisão preventiva de Humala e Nadine por considerar que existia risco de fuga e pedido de asilo dos investigados. Os advogados do casal já anunciaram que apelarão a instâncias superiores.
O ex-presidente utilizou o Twitter para qualificar a decisão do juiz Carhuancho de "abuso de poder". "Esta é a confirmação do abuso de poder, que nós vamos enfrentar para defender nossos direitos e os direitos de todos", escreveu ele antes de se entregar.
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