Banco reduziu limite de financiamento para unidades novas de 90% para 80% e para usadas de 70% para 60%.
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A Caixa Econômica Federal reduziu os limites de financiamento para imóveis novos de 90% para 80%, e usados de 70% para 60%. A mudança abrange financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) - programa Minha Casa, Minha Vida e linhas Pró-Cotista e CCFGTS - e do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos).
Segundo nota da Caixa, o objetivo é a "adequação em relação à política de alocação de capital do banco". A instituição disse ainda que menos de 10% dos clientes que procuram o banco para realizar operações de financiamento serão afetados. Nos financiamentos via FGTS regulados segundo a tabela SAC, caiu de 90% para 80% o limite para imóveis novos pelo Minha Casa, Minha Vida, Pró-Cotista e CCFGTS.
Ainda na tabela SAC, caiu igualmente de 90% para 80% o limite financiado com recursos do SBPE para imóvel novo, adjudicado, construção em terreno próprio ou aquisição de terreno e construção (servidor público) e imóvel adjudicado (demais clientes). Por fim, em financiamentos regulados pela tabela Price, o limite para financiar imóvel usado caiu de 70% para 60% no Pró-Cotista e de 80% para 70% no CCFGTS.
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Vice-presidente do Sinduscon-Norte (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná), José Marcos da Rocha acredita que a mudança atrase a recuperação do setor. "A recessão do País já afetou o mercado de forma significativa, com lançamentos e obras em ritmo menor, então o que essa redução do total que pode ser financiado deve complicar é a retomada das vendas."
Rocha explica que as construtoras costumavam parcelar a entrada aos clientes ao longo da obra, o que dificulta com a ampliação de 10% para 20%, por exemplo. "Isso porque o valor financiado pela Caixa é pelo valor de avaliação deles, que normalmente está abaixo do valor de mercado", diz.
Para o diretor do Sinduscon-Norte, as mudanças prejudicam mais as construtoras de linhas mais baratas, como o Minha Casa, Minha Vida. "São pessoas que não tem uma reserva no banco de R$ 20 mil, R$ 30 mil, para dar de entrada, então terão um impacto maior", cita.
Rocha não vê impacto direto para a mudança nos financiamentos da Caixa da liberação promovida pelo governo federal de contas inativas do FGTS, que antes era majoritariamente acessada por trabalhadores para financiar imóveis. "Como a Caixa informa que o orçamento deste ano já estava definido, não é para ter afetado as linhas de crédito, mas, para 2018, talvez tenhamos uma verba menor no banco do que neste ano", diz o vice do Sinduscon.
Também para o empresário Gerson Guariente, da CGE Engenharia, o impacto da medida na construção civil deve ser importante. "Imagine que, num imóvel que custa R$ 150 mil, o comprador precisava dar R$ 15 mil de entrada. Agora são R$ 30 mil", exemplifica. Segundo ele, o mercado em Londrina e região está bem fraco. "Havia uma expectativa de recuperação, mas a delação da JBS (em maio), que abriu nova crise política, afugentou todo mundo", afirma. Com a nova medida da Caixa, deve haver nova retração, prevê ele.
Com Agência Brasil