O presidente Michel Temer indicou nesta quarta-feira (28) a procuradora Raquel Dodge para suceder a Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República (PGR). A informação foi divulgada pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, em um briefing à imprensa.
— A doutora Raquel Dodge é a primeira mulher a ser nomeada para a Procuradoria-Geral da República — afirmou o porta-voz.
A indicação de Temer ainda depende de aprovação no Senado antes da nomeação.
Esta é a primeira vez em 14 anos que o presidente não escolhe o candidato que recebeu o maior número de votos.
Além de depender de aprovação pelo Senado, a troca será efetivada somente no dia 17 de setembro, quando termina o mandato de Janot, responsável por centenas de processos contra políticos envolvidos na Operação Lava-Jato, incluindo a denúncia recente apresentada contra Temer.
A lista tríplice foi criada em 2001 e é defendida pelos procuradores da República como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira. De acordo com a Constituição, o presidente da República pode escolher qualquer um dos mais de 1,4 mil membros da carreira em atividade para o comando da PGR. Desde 2003, no entanto, o nomeado é o mais votado pelos membros da ANPR.
O vice-procurador Eleitoral, Nicolao Dino, apoiado por Janot, foi o candidato mais votado pelos membros do Ministério Público Federal em todo país, com 621 votos, seguido por Raquel Dodge (587 votos) e Mario Bonsaglia (564 votos).
Perfil
Raquel Elias Ferreira Dodge é subprocuradora-geral da República e atua no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na área criminal. Integra a 3ª Câmara de Coordenação e Revisão, que trata de assuntos relacionados ao Consumidor e à Ordem Econômica. É membro do Conselho Superior do Ministério Público pelo terceiro biênio consecutivo. Foi coordenadora da Câmara Criminal do MPF, membro da 6ª Câmara e procuradora federal adjunta dos Direitos do Cidadão.
Ela atuou na equipe que redigiu o 1º Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, e na 1ª e 2ª Comissão para adaptar o Código Penal Brasileiro ao Estatuto de Roma. Atuou ainda na Operação Caixa de Pandora e, em primeira instância, na equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal e o Esquadrão da Morte. É mestre em Direito pela Universidade de Harvard. Ingressou no MPF em 1987.
com Estadão Conteúdo