Com o recente registro de casos de sarampo em alguns estados do Brasil depois de vários anos autoridades sanitárias estão em alerta. A doença é infecciosa e altamente contagiosa, bastante comum na infância, mas também pode acometer adultos. A melhor forma de prevenir é tomando a vacina, a tríplice viral, que imuniza também contra a caxumba e a rubéola. Ela faz parte do calendário de vacinação do sistema público municipal e está disponível em todas as unidades de saúde de Paranaguá.
O secretário municipal de Saúde e Prevenção, Paulo Henrique de Oliveira, alerta para que os pais fiquem atentos e levem os filhos com mais de 1 ano para serem vacinados com a primeira dose. A segunda tem de ser aplicada entre 4 e 6 anos. Acima disso, a idade limite para receber as duas doses é de 29 anos. Para quem tem entre 30 e 49 anos permanece a indicação de apenas uma aplicação.
“O índice da primeira dose da vacina é de 598 doses aplicadas, de janeiro até agora, e mais 342 para a segunda. Precisamos melhorar essa cobertura e por isso pedimos que os pais de crianças acima de 1 ano e adultos procurem as unidades para se imunizar, principalmente num momento como esse, em que está havendo registro de casos em outros estados”, alertou o secretário.
Roraima e Amazonas já contabilizaram mais de 500 casos confirmados. Em Manaus aconteceu a primeira confirmação de óbito, uma criança de 9 meses. Outra morte em decorrência da doença está em investigação. Em Rondônia há a suspeito de um passageiro de um vôo. Em Mato Grosso foram confirmados dois caos, em São Paulo 1, no Rio Grande do Sul 7 e no Rio de Janeiro há 17 suspeitos.
SINTOMAS
Os sintomas iniciais do sarampo são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação nos olhos, coriza e congestão nasal e mal estar intenso. Após há o aparecimento de manchas avermelhadas no rosto, que progridem em direção aos pés, com duração mínima de três dias. São comuns lesões muito dolorosas na boca.
A doença pode ser grave, com acometimento do sistema nervoso central e pode complicar com infecções secundárias como pneumonia, podendo levar à morte. As complicações atingem mais gravemente pessoas que estejam desnutridas, os recém-nascidos, as gestantes e as pessoas portadoras de imunodeficiências.
A transmissão ocorre diretamente, de pessoa a pessoa, geralmente por tosse, espirros, fala ou respiração. “Por isso a facilidade de contágio da doença. Além de secreções respiratórias ou da boca também é possível se contaminar através da dispersão de gotículas com partículas virais no ar, que podem perdurar por tempo relativamente longo no ambiente, especialmente em locais fechados como escolas e clínicas”, explica o médico Adão Justiniano Coelho, clínico geral da Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção (Semsap).
O sarampo é transmitido na fase em que a pessoa apresenta os primeiros sintomas e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas. “Apenas as crianças que estão em fase de amamentação, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas possuem, temporariamente, anticorpos transmitidos pela placenta, que conferem imunidade geralmente ao longo do primeiro ano de vida. Isso pode interferir na resposta à imunização”, completa o médico Adão Justiniano Coelho.
Dentre os adultos, os trabalhadores de portos e aeroportos, hotelaria e profissionais do sexo apresentam maiores chances de contrair sarampo, devido à maior exposição a contato com pessoas de outros países que não adotam a mesma política intensiva de controle da doença.