A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) realizou um trabalho de planejamento portuário pioneiro no Brasil. O estudo, desenvolvido em conjunto com a comunidade portuária local, define premissas detalhadas de curto, médio e longo prazo para o aperfeiçoamento da área marítima dos portos paranaenses, como dragagens, derrocagens, batimetrias e estruturas de acostagem.
Esse Planejamento Estratégico da Infraestrutura Marítima dos Portos do Paraná (PEIM-PR) é o primeiro deste tipo elaborado por um porto brasileiro. Ele compreende um levantamento minucioso do histórico e da situação atual dos portos de Paranaguá e Antonina e leva em conta tendências futuras de demanda, tráfego marítimo e outros aspectos fundamentais para o planejamento da logística paranaense pelos próximos 30 anos.
O Planejamento está disponível para download e consulta no site da Appa – www.portosdoparana.pr.gov.br
Entre os pontos abordados estão a dragagem de regularização dos canais de acesso, bacia de evolução e áreas de fundeio dos Portos de Paranaguá e Antonina, os programas de dragagem de manutenção e aprofundamento, planos de derrocagem dos maciços rochosas, planos de batimetria, planos de manutenção do balizamento e sinalização náutica, implantação do Sistema de Sensoriamento de Apoio ao Tráfego de Embarcações e Monitoramento dos elementos físicos afetos à navegação e ambientais, novas adequações necessárias ao atendimento das novas embarcações, entre outros.
Publicidade
RECUPERAÇÃO
O diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, lembra que os Portos do Paraná ficaram muitos anos sem qualquer investimento em infraestrutura marítima, sem dragagem, sem qualquer condição de competir com os demais portos brasileiros. “Isso mudou. Recuperamos este passivo, dragamos o porto e, agora, estamos planejando a estrutura marítima para que os portos paranaenses sejam competitivos pelas próximas décadas”, afirma Dividino.
O estudo foi desenvolvido alinhado com o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto Organizado dos Portos do Paraná, que prevê o que deve ser realizado na infraestrutura terrestre projetando uma necessidade de movimentação de cargas no patamar de 80 milhões de toneladas nas próximas décadas.
NA PRÁTICA - O PEIM-PR apresenta os estudos com simulações práticas sobre os impactos de ter uma infraestrutura marítima atualizada e planejada. Um deles, por exemplo, mostra o aumento nos custos e a limitação na movimentação para o caso de falta de dragagens. Se o calado do Porto de Paranaguá fosse reduzido a 11 metros, por exemplo, como aconteceu em 2008, mais de 2,59 milhões de toneladas de cargas teriam que deixar de ser embarcadas, o que resultaria em um gasto em ‘frete morto’ de mais de 54 milhões de dólares.
Os exemplos são acompanhados do detalhamento das obras de infraestrutura realizadas nos últimos anos – como a reforma do cais, a troca dos cabeços de amarração e das novas defensas, por exemplo – e dos parâmetros que devem ser seguidos para as futuras intervenções, prevendo o aumento na movimentação de cargas.
GRUPO DE TRABALHO - O grupo de trabalho que colaborou com o estudo é formado pela Capitania dos Portos do Paraná, praticagem, Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), Sindicato dos Operadores Portuários (Sindop), Sindicato das Agências Marítimas do Estado do Paraná (Sindapar) e Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP).