A consultoria internacional Oil World divulgou um relatório nesta terça-feira (28) estimando exportações recordes do Brasil neste ano em 61,4 milhões de toneladas. O volume, ao se confirmar, seria 9,8 milhões de toneladas maior do que o de 2016. A empresa projeta uma safra brasileira em 108,5 milhões de toneladas. Apesar de recorde, o número fica abaixo do esperado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 62,2 milhões.
"O crescimento das exportações pode ser ainda maior, considerando que a produção do Brasil pode apresentar uma alta de até 13 milhões de toneladas", diz o reporte. O número da consultoria é maior do que o esperado pela Abiove (Associação das Indústrias de Óleos Vegetais) de 59,8 milhões, estimado no último dia 20.
Da mesma forma, a Oil World reduziu sua projeção para as exportações norte-americanas, atualmente estimadas pelo USDA em 55,10 milhões de toneladas. E desse total, já há comprometido um total de 54.197,8 milhões até a última semana. Os números serão atualizados nesta quinta-feira (30).
A perspectiva é de que os embarques nacionais neste mês de março, mais uma vez, batam recorde. Apesar da comercialização ainda seguir travada e das novas vendas ainda se apresentarem escassas, os embarques das antecipadas têm bom ritmo este ano.
"O quadro dos embarques de março caminha para se aproximar das 10 milhões de toneladas e ser recorde histórico para o mês, quase tudo de vendas antecipadas do ano passado e sendo embarcadas agora", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
De acordo com os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na semana que se encerrou no último dia 24, o Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de soja. "Os compromissos de exportação - embarques, carregamentos e navios na fila - foram estimados em 23 milhões de toneladas até agora, uma alta de 3,3 milhões em relação à semana anterior, mas ainda 600 mil toneladas abaixo do ritmo do ano passado", diz a AgResourCe Brasil.
Além disso, a competitividade da soja brasileira vem aumentando ao passo em que os preços formados nos portos do Brasil e no Golfo, nos EUA, se aproximam, ao mesmo tempo que os prêmios praticados para o produto nacional se mostram, nesse momento, ligeiramente menores do que os pagos à oleaginosa norte-americano.
A tabela da AgResource Brasil traz os preços FOB da soja para as principais posições de entrega com o valor da tonelada, em abril, em US$ 372,00 no terminal de Paranaguá e US$ 369,00 no Golfo. Nas posições mais distantes, a relação se inverte. Para junho são US$ 370,00 no porto do Paraná e US$ 376,00 no golfo.