Os municípios paranaenses incluídos no programa registraram enxurradas, inundações ou deslizamentos de terra nos últimos 7 anos
Quem mora nas cidades de Prudentópolis (Centro-Sul), Santo Antônio do Sudoeste e Salto do Lontra (ambas no Sudoeste), Querência do Norte e Rondon (ambas no Noroeste) poderá se cadastrar de forma gratuita para receber alertas de possíveis desastres causados por mudanças climáticas. O serviço de mensagens de celular já foi implantado em 20 cidades de Santa Catarina por meio de uma parceria entre o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres), a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a Defesa Civil. Em quatro meses, foram emitidas 131 notificações por meio das mais de 140 mil mensagens de texto.
No Paraná, as cinco cidades escolhidas tiveram enxurradas, inundações ou deslizamentos de terra nos últimos 7 anos. De acordo com o tenente Marcos Vidal, que atua na Defesa Civil do Paraná, os danos decorrentes dos desastres naturais fizeram com que as prefeituras decretassem situação de emergência ou estado de calamidade pública. Com o início dos serviços, a expectativa é de que a população possa evitar prejuízos ainda maiores. "É uma medida preventiva. Se a população começar a agir antes do desastre, ela consegue diminuir esses danos causados pelas chuvas fortes, por exemplo. É importante para que as pessoas possam se precaver", ressaltou.
Além do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), o Cegerd (Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres), implantado em abril, auxilia os trabalhos de monitoramento do clima no Estado. "Conseguimos acompanhar tudo em tempo real. É uma estrutura que permite várias telas e informações. Por meio desse sistema é possível cruzar os dados para começar a agir antes da ocorrência", afirmou Vidal.
Para receber os alertas da Defesa Civil, os moradores das cinco cidades escolhidas devem enviar uma mensagem de texto para o número 40199 com o CEP da rua ou do município. Sempre que houver alertas para a região, será enviada uma mensagem para os celulares cadastrados. Não há um prazo mínimo antes do possível desastre para o envio do alerta.
Na última semana, a Defesa Civil do Estado registrou ocorrências em 47 municípios em razão das fortes chuvas. Enxurradas e inundações deixaram a Prefeitura de Querência do Norte em alerta. O município está em situação de emergência desde o final de maio. Segundo o secretário de Obras, José Geraldo Souza, o nível do Rio Ivaí permanece acima da normalidade. "Estamos monitorando constantemente porque já temos problemas com as pontes também. As estruturas são de madeira. Não temos famílias desabrigadas, mas nossos ribeirinhos estão em alerta. Passa de 200 famílias nessa região. Temos algumas propriedades margeando o rio Ivaí. São assentamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)", explicou.
A prefeitura aguarda recursos para a compra de maquinários e para obras de melhorias na infraestrutura do município. Querência do Norte é uma das cidades escolhidas para receber o serviço de alerta que entrou em funcionamento no Paraná nesta terça-feira (13). "Isso vai ajudar. Quanto mais informação, mais a gente vai ter como se preparar", afirmou o secretário. A intenção do governo federal é ampliar o serviço para todo o País até o final de 2017.
ATUALIZAÇÃO
A Defesa Civil do Paraná está recadastrando os mais de 8 mil voluntários que demonstraram interesse em ajudar a população afetada em casos de desastres. A atualização dos dados deve ser feita no próprio site do órgão (www.defesacivil.pr.gov.br). Na mesma página, é possível cadastrar novos interessados. Os voluntários auxiliam na triagem das doações e na atenção às famílias atingidas.
Na próxima semana, gestores dos municípios da região de Londrina participarão de uma capacitação para o registro correto dos danos causados. "A lei exige informações completas das ocorrências de prejuízos e danos para que as prefeituras possam receber repasses de recursos públicos. É necessário capacitar os gestores para fazer essa documentação. Muitas cidades já deixaram de receber recursos porque não estavam preparadas para registrar esses dados", alertou o major Wilson Oliveira Paulino, coordenador adjunto da Defesa Civil Regional de Londrina.
(Com Agência Brasil)