No dia 12 de dezembro o Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e e Instituto Água e Terra (IAT) iniciaram a verificação de um despejo de produto químico em direção à Baía de Paranaguá, no Rocio e, no dia seguinte, o aparecimento de peixes mortos no Rio Emboguaçu. Na ocasião, a Defesa Civil também foi acionada.
Além desses órgãos, a Secretaria Municipal de Saúde por meio da Vigilância em Saúde – Setor Visa Alimentos tem acompanhado o caso no quesito de verificação do consumo e comercialização de frutos do mar em Paranaguá.
A equipe esteve no Mercado do Peixe e em peixarias para conversar e orientar os comerciantes de pescados e pescadores. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, responsável pela administração no local, também permanece atenta a questões como higiene, cuidado com os alimentos e orientação aos permissionários.
“Temos sempre a preocupação com a saúde da população. Mesmo a análise sendo realizada pelo IAT, órgão estadual, fomos verificar junto aos comerciantes onde ocorreu a pesca daqueles produtos e até mesmo orientá-los sobre os últimos acontecimentos”, explica o veterinário Eduardo de Alcântara Klüppel, profissional atuante na Visa Alimentos.
“No Mercado Municipal verificamos que os pescados vendidos são oriundos de outras regiões ou mesmo de cativeiro o que indica que não há riscos para o consumo. Independente desta situação atípica, é sempre importante que a população se sinta à vontade para perguntar a procedência do produto e sempre buscar alimentos frescos e em conservação adequada”, informa.
Fernanda Cristina da Silva Lourenço é permissionária no Mercado Municipal há 9 anos e ressalta que os frutos do mar são frescos e não são pescados nos locais que ocorreram o despejo do produto químico. “As pessoas podem consumir com tranquilidade. Nossa mercadoria vem de outras localidades. Os camarões são de cativeiro, os pescados são de fora da baía de Paranaguá vindos de Santa Catarina”, explica. A informação da comerciante foi a mesma repassada por outros permissionários que trabalham no Mercado do Peixe.
A Visa Alimentos também percorreu peixarias em bairros de Paranaguá. No Beira Rio, o pescador conhecido como Maíco destacou que não tem mais avistado peixes mortos, mas enfatiza que a pesca de peixes ocorre distante da margem. O camarão comercializado na peixaria também é de cativeiro segundo o profissional.
“Pudemos observar que os comerciantes de pescados e pescadores estão cientes do ocorrido e têm mantido as medidas para manter a qualidade dos produtos oferecidos à população, mas continuaremos a acompanhar a situação para orientar comerciantes e a população sempre que necessário”, reforça Eduardo de Alcântara Klüppel.
IAT
Além dos órgãos municipais, o IAT tem um papel fundamental no acompanhamento da situação ocorrida em Paranaguá. Segundo o órgão estadual, tanto o despejo de produto químico quanto o surgimento de peixes mortos estão sob análise do órgão ambiental, incluindo documentação apresentada pelas empresas que atuam na região e dos materiais coletados, tanto da água quanto dos peixes. O IAT informa que até que os laudos sejam conclusivos não é possível definir culpados pelo despejo de produtos químicos, e nem associar a mortandade de peixes ao vazamento dos produtos.
Todas as seis empresas que atuam na região foram notificadas pelo IAT a entregarem laudos de constatação a respeito de seus sistemas, elaborados por profissional habilitado e apresentando a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). O objetivo é verificar possíveis não conformidades e qualquer comportamento inadequado.
A documentação enviada pelas empresas está em análise e foram solicitadas mais informações. O IAT não descarta outras possibilidades de origem do produto.
Quanto aos peixes mortos no Rio Emboguaçu, foi feito um levantamento de vários pontos na Baía de Paranaguá, desde o local onde foi detectado o odor de álcool até onde foram encontrados os peixes mortos. No local onde o produto foi detectado, e naqueles mais próximos a ele, não houve mortandade de peixes. Já no bairro Beira Rio, foi realizada a coleta de amostras da água e dos animais para análise em laboratório.