Campanha começa na próxima segunda-feira; Sesa registrou 238 mortes por influenza no ano passado
Ricardo Chicarelli

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) começa na próxima segunda-feira (17) a campanha de vacinação contra a gripe. Cerca de 3,5 milhões de pessoas devem ser imunizadas com a vacina que oferece proteção contra contra os três tipos do vírus da gripe que mais circulam no País: Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e Influenza B. A campanha será realizada nos 399 municípios do Estado e vai até 26 de maio. 

Para o dia 13 de maio está marcada a mobilização nacional, também conhecida como Dia D. Nesta data, as unidades de saúde ficarão abertas durante todo o dia para vacinar a população que pertence aos grupos da campanha. De acordo com o chefe da divisão de Vigilância em Saúde da 17ª Regional de Saúde de Londrina, José Carlos de Moraes, a previsão é de vacinar 270 mil pessoas nos 21 municípios da área de abrangência. 

A população-alvo inclui pessoas com 60 anos ou mais, crianças de 6 meses a 4 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), profissionais de saúde, indígenas, portadores de doenças crônicas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. Neste ano, o Ministério da Saúde também incluiu os professores do ensino regular e superior de escolas públicas e privadas em atividade. 

No ano passado, 238 pessoas morreram vítimas de influenza no Paraná. Neste ano, a primeira morte foi em Maringá. Segundo a Sesa, o óbito por Influenza B aconteceu em fevereiro. A paciente tinha 79 anos e não tinha tomado a vacina em 2016, apesar de fazer parte do público-alvo da campanha. Por meio de nota, o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, destacou a vacinação como a principal forma de prevenção. "Quem dera todas as doenças tivessem uma vacina específica, mas, infelizmente, não é assim. Se temos a possibilidade de se vacinar contra a gripe, devemos aproveitar. Para esta campanha, a meta é chegar a 90% do público-alvo, nada menos do que isso", salientou. 

Segundo o último boletim da Sesa, divulgado no dia 5 de abril, entre e janeiro e março deste ano foram anotados 12 casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), sendo oito de Influenza H3, três de Influenza B e um de H1N1. Londrina lidera a lista com quatro ocorrências, seguida por Curitiba (2), além de Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Cascavel e Maringá, com um caso cada. 

Moraes também reforçou a importância dos cuidados básicos no dia a dia. "Lavar as mãos, manter as janelas abertas e os ambientes ventilados e evitar aglomerações em caso de suspeita de gripe continuam sendo cuidados essenciais", recomendou. O estoque do medicamento Oseltamivir (Tamiflu), prescrito para o tratamento da gripe, foi abastecido no Estado. No mês de março, a Secretaria da Saúde distribuiu 18,6 mil tratamentos e mantém 166,2 mil em estoque no Centro de Medicamentos do Paraná. 

MUDANÇA

Durante um evento recente para jornalistas em São Paulo, a pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), Isabella Ballalai ressaltou que não há a expectativa de aumento de casos de gripe neste ano como ocorreu em 2016. Entretanto, espera-se uma mudança no sorotipo. " O influenza A do tipo H3N2 está prevalecendo este ano e até fez surtos na Europa", comentou. 

Até a décima semana deste ano, das 3.793 amostras pesquisadas das ocorrências de influenza, 63% apresentaram o tipo H3N2, enquanto o H1N1, responsável pela pandemia em 2016, acometeu 1,9% dos pacientes. Para fins comparativos, o H1N1, no ano passado, foi responsável pelo registro de 10.625 (87,3%) casos e o sorotipo H3N2, por 49 (0,4%). 

Na ocasião, a pediatra reforçou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima 1,2 milhão de pessoas com risco elevado para complicações da influenza. Deste total, 385 milhões são idosos, 140 milhões são crianças e 700 milhões, crianças e adultos com doença crônica. 

"Além disso, pacientes com diabetes apresentam aumento do risco de complicações relacionadas à influenza", acrescentou. A cada ano, até 30 mil mortes são registradas entre pessoas com diabetes, em decorrência de pneumonia relacionada à influenza. Além disso, a infecção pelo vírus pode causar um desequilíbrio no controle metabólico em diabéticos. 

Isabella lembrou ainda que nenhuma gripe é igual a outra e que na maioria das vezes se caracteriza pelo início súbito, com sintomas como febre alta, dores no corpo, tosse, dor de garganta, coriza, calafrios, tremores, cefaleia e anorexia. "Os adultos transmitem gripe em até 7 dias e as crianças, em 10. Já os imunodeprimidos, em até 14 dias", salientou. 

Sesa já aplicou 241 mil doses contra a dengue

A segunda fase da campanha de vacinação contra a dengue terminou na última sexta-feira (7) com 241 mil doses aplicadas, sendo 149 mil vacinas referentes à segunda dose e 92 mil à primeira dose, disponibilizada em agosto do ano passado. Os números ainda são preliminares e o relatório final deve ser divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no dia 20 de abril. 

De acordo com o último boletim epidemiológico das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, divulgado pela Sesa em 4 de abril, Tamboara, município de 5 mil habitantes no Noroeste, é o primeiro a apresentar situação de epidemia de dengue neste ano no Paraná. São 15 casos autóctones e um importado no atual ciclo epidemiológico, iniciado em agosto do ano passado. Os municípios com o maior número de casos são Maringá (120), Londrina (71) e Paranaguá (35). (C.F.)

Celso Felizardo e Micaela Orikasa - FL

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