A empresa de comunicação não poupou inclusive o nome do ex-prefeito Mário Roque que faleceu em julho de 2013 após sofrer um enfarte

TVCI QUER ATINGIR FAMÍLIA ROQUE E APELA CONTRA UM HOMEM QUE NÃO ESTÁ ENTRE NÓS

“Eu nunca vi um veículo de comunicação da nossa cidade agir de forma tão covarde”, diz Marcelo Roque que foi o primeiro prefeito a colocar o dedo na ferida que se chama 'Águas de Paranaguá/Paranaguá Saneamento'. “Nós queremos baixar a tarifa de água e esgoto porque é um absurdo o que se cobra”, destaca Marcelo

A TVCi está fazendo reportagens sobre a empresa Águas de Paranaguá- nome da primeira empresa que obteve a concessão de água e esgoto da cidade- e agora da Paranaguá Saneamento. Com certeza, a motivação para as reportagens é o fato do prefeito Marcelo Roque ter sido o primeiro a colocar o 'dedo na ferida' que se chama Águas de Paranaguá/Paranaguá Saneamento.

Mas não pensem que a motivação é positiva. Nada disso. A motivação é politiqueira, pois a intervenção na empresa marca a gestão de Marcelo Roque como uma administração que se preocupa com o povo. “Buscamos a redução da tarifa desde a nossa campanha e vamos continuar fazendo isso, porque os estudos feitos comprovam que há graves problemas que precisam ser resolvidos e nossa administração tem essa visão e responsabilidade”.

No último dia 5 de outubro, o prefeito assinou o decreto de intervenção na empresa Paranaguá Saneamento. E na ocasião, o próprio prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, apontou problemas com base nos estudos feitos pela Agência Reguladora Cagepar. O próprio Marcelo Roque protocolou ação contra a empresa junto ao Ministério Público Federal e Estadual.

A intervenção é resultado da negação da empresa em entregar documentos e, ainda, de outras três situações alarmantes levantadas. A primeira é o despejo de esgoto sem tratamento nos rios da cidade, o que caracteriza crime ambiental. A segunda, envolve a falta de justificativa dos valores cobrados hoje em dia. “As demonstrações financeiras oficiais, e os relatórios financeiros disponibilizados para o estudo, impedem a análise do custo de exploração dos serviços de água, que sequer foram apresentados à Cagepar e tampouco autorizados por este Município”, disse Marcelo Roque.

A certeza de que os valores praticados em Paranaguá são superiores em comparação com outras cidades foram mencionados durante o anúncio. Uma empresa de pequeno porte com consumo de até 20m³ paga para a Paranaguá Saneamento R$ 404,97. O mesmo serviço é cobrado pela Sanepar por R$ 194,38 e no Município de Itajaí que oferece o serviço com sua própria estrutura, o valor chega a R$ 39,20, ou seja, 10% do valor pago em Paranaguá.

Outro exemplo: uma indústria com consumo de até 40m³ paga para a Paranaguá Saneamento R$ 1.457,89. Pela Sanepar, a mesma quantidade é cobrada por R$ 374,65 e no município de Itajaí, o consumidor paga R$ 262,60, ou seja, 18% do valor pago em Paranaguá.

A terceira situação alarmante que provocou a intervenção foram os níveis de perda no abastecimento de água. Anualmente, perde-se, em média 2,2 milhões de m³ que poderiam atender uma população de 40 mil habitantes.

De todas essas situações, chama a atenção pela gravidade o sistema de coleta de esgoto está sendo utilizado de maneira unitária, o que significa que em casos de enchentes, com refluxo, o esgoto coletado fica em contato com a população. 

Um estudo técnico foi feito e encaminhado ao Ministério Público para que sejam verificadas as irregularidades que ainda podem envolver esgoto caindo direto no Rio Itiberê, canalização de vários rios e inúmeros pontos de lançamento de esgoto in natura.

“Nós temos equipes vistoriando a Ilha dos Valadares, por exemplo, e já percebemos que, pelo menos só 50% em dispositivo de capacidade de ligação a rede de esgoto e, mesmo assim, a empresa quer cobrar de toda a Ilha”, destacou Guilherme Samways, diretor de fiscalização da Cagepar.

A falta de coleta de esgoto num sistema ideal prejudica muitos moradores da cidade. “De acordo com relatório 69% da rede unitária de esgoto da cidade é falsa”, disse o prefeito. Isso quer dizer que a coleta de esgoto é precária e o meio ambiente vem sendo degradado continuamente sem que os investimentos propostos acabem com esta situação.

“Acredito que os alagamentos que ocorrem com frequência também sejam provocados, justamente, porque a rede coletora é unitária e não há evasão de tudo que se precisa, e nem encaminhamento correto na Estação de Tratamento de Esgoto, então esse fluxo volta para as ruas, extravasando e provocando o excesso de água e esgoto na rua”, explicou o engenheiro ambiental. Ele ainda lembrou que a empresa vem usando a rede de drenagem do município, quando deveria ter sido feito o sistema de separação absoluta para coleta do esgoto.

“Nós queremos baixar a tarifa de água e esgoto porque é um absurdo o que se cobra”, destaca Marcelo Roque. A empresa conseguiu derrubar a liminar, mas a Prefeitura conseguiu reverter a situação e o interventor se encontra na empresa para obter informações sobre toda a documentação que a Paranaguá Saneamento não repassou e acompanhar toda a parte administrativa. Importante lembrar que o abastecimento de água e os serviços de coleta de esgoto continuam sob a responsabilidade da Paranaguá Saneamento.

Ação política

Além da TVCi ter problemas com a atual administração que já vem do tempo da eleição quando o candidato da TV perdeu, outros nomes que circularam na primeira matéria feita pelo programa também fazem ou fizeram parte de um grupo de oposição política ao prefeito Mário Roque, já falecido.

Senão vejamos: Carlos Tortato, prefeito que iniciou as tratativas para iniciar a subconcessão de água e esgoto, confirma que o documento requeria uma empresa com 3% de liquidez. Ou seja, problemas relacionados com esta situação já poderiam ter sido apontados na época.

Alceu Chaves foi secretário de Governo na administração do então prefeito Edison Kersten e tem laços familiares com o dono da empresa de engenharia que está impedida de participar de licitação por determinação da Justiça causa de obras mau feitas como do Mega Rocio e da UPA. Poderia, como secretário de Governo ter trazido à tona os problemas relacionados com a subconcessionária. Quanto aos laços familiares, estes demonstram um dos motivos pelos quais Alceu Chaves estaria participando das matérias atuais que mancham o nome de um prefeito que nem está mais aqui para se defender.

Fabiano Elias, que foi vice-prefeito de Paranaguá, também fala agora sobre situações que poderiam ter sido levantadas enquanto esteve no Poder Executivo. Resta saber porque não fez denúncias antes?

E, por fim, Mário Mueller, que atuou na CAB Águas de Paranaguá por muitos anos, assim que o atual prefeito Marcelo Roque assumiu, pediu emprego para atuar na Cagepar e não foi atendido.

Essa é a realidade. Uma questão técnica e de saúde pública: esgoto sem tratamento sendo despejado em rios da cidade; uma das taxa de água mais elevadas do Brasil. E como esses temas são enfrentados pela TV? Por meio de uma matéria que ouviu os inimigos políticos do Prefeito: o ex-prefeito Tortato e o ex-prefeito Baka (que irá aparecer nas próximas reportagens). Nenhuma menção a estudos técnicos ou à poluição ambiental. Isso é o que a TV chama de jornalismo.

Marcelo Roque - Prefeito de Paranaguá 

Foto reprodução Gazeta do Povo

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