Seguindo regulamentações sanitárias internacionais, a autoridade portuária segue um protocolo diferenciado para embarcações e tripulantes vindos das áreas epidêmicas.
A empresa pública Portos do Paraná intensificou as medidas sanitárias e práticas de controle de tripulação para minimizar os riscos de infecção pelo novo coronavírus. Seguindo regulamentações sanitárias internacionais, a autoridade portuária segue um protocolo diferenciado para embarcações e tripulantes vindos das áreas epidêmicas.
As exigências aos navios seguem orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão publicadas na Ordem de Serviço 12/2020. A empresa pública também estabelece um regime ainda mais intensivo de limpeza nos controles biométrico de acesso às áreas alfandegadas.
Cartazes com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde já estão afixados nos diversos ambientes dos portos do Paraná, em três idiomas: português, inglês e mandarim.
Todos os dias quase 3 mil pessoas acessam as áreas primárias do Porto de Paranaguá, incluindo colaboradores, parceiros, terceiros e visitantes. “Nossos terminais são porta de entrada e saída de produtos e pessoas para o mundo. Enquanto autoridade portuária, estamos alinhados com as orientações das organizações nacionais e internacionais de saúde”, afirma o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Na última semana, de 22 a 28 de janeiro, foram registrados 960 visitantes, sendo 410 tripulantes.
Este ano, entre os 156 navios que atracaram nos portos paranaenses, somente dois eram procedentes de portos chineses.
PROTOCOLO – O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Ribeiro Santana, explica que os vírus podem entrar no ambiente portuário por duas formas. “Primeiro via mar, ou seja, algum tripulante vindo de região afetada que esteja embarcado, outra, por terra, na troca de tripulação dos navios”, diz.
Por isso, o protocolo estabelece que o agente marítimo deve comunicar a autoridade portuária sobre navios que estejam vindo de regiões em epidemia, publicamente noticiadas. “Nestes casos, deverá ser cumprido um mínimo de quarentena de 21 dias, entre a saída do porto anterior até a chegada aqui”, afirma o diretor.
Se a embarcação chegar à região antes de cumprir esse prazo, a Portos do Paraná pedirá que aguarde fundeada em local estabelecido pela Diretoria de Operações. “Esse é o tempo que, segundo as autoridades de saúde, permite com que o vírus que estiver incubado se manifeste”, acrescenta Santana.
TRIPULAÇÃO – Ao tripulante que venha de avião aos Portos do Paraná, proveniente da região epidêmica, para assumir jornada de trabalho em navios que estejam atracados, será solicitado a apresentação de um atestado médico, confirmando não apresentar nenhum dos sintomas do novo vírus.
No acesso às áreas alfandegadas dos portos, a Diretoria de Meio Ambiente intensificou limpeza dos acessos biométricos. “A transmissão, assim como a gripe, acontece pelo ar e pelo contato. Por isso, reforçamos também o pedido para que as pessoas higienizem as mãos antes de fazer a biometria. Estamos disponibilizando álcool 70% para o uso de todos”, diz o diretor.
Se surgir qualquer caso suspeito, a Portos do Paraná está alinhada com os órgãos estaduais e municipais de saúde e com a Anvisa quanto aos procedimentos e encaminhamentos a serem adotados.
VIGILÂNCIA – O chefe do posto da Anvisa em Paranaguá, Roberto Busato, confirma essa articulação e diz estar em contato direto com a Diretoria de Meio Ambiente, principalmente com a Seção de Segurança e Medicina do Trabalho.
“É muito importante que o Porto continue fazendo o trabalho de orientar, esclarecer e acalmar a comunidade portuária e a população em geral. Essa ação complementa a nossa. Enquanto autoridades locais, estamos sensíveis, atentos e preparados a uma eventual emergência sanitária, o que felizmente ainda não ocorreu”, diz.
COMUNICAÇÃO – A comunicação com os tripulantes, trabalhadores portuários e prestadores de serviços que acessam às áreas dos Portos do Paraná está sendo feita através de cartazes. Afixados nos principais acessos, os materiais trazem informações básicas sobre as medidas individuais simples que podem ser adotadas para minimizar os riscos de infecção por esta ou outra doença viral.
Coronavírus: o que é, sintomas e cuidados
Não há nenhum caso confirmado de coronavírus no Brasil, mas existem muitas especulações sobre a doença. A identificação do vírus surgiu na província de Hubei, na China, em janeiro deste ano, depois do alerta de diversos casos de pneumonia na cidade de Wuhan, no final de 2019.
Desde então a Organização Mundial da Saúde monitora a doença na China e no mundo. Segundo o último relatório da OMS (nº9, de 29/01/2020), até o momento são 6.065 casos confirmados da doença; 5.997 só na República da China. De acordo com o informativo, não há casos na América do Sul.
TRANSMISSÃO – A contaminação pelo coronavírus ocorre pelo ar e pelo contato com pessoas contaminadas, pelas secreções (gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos).
Os sintomas são febre, tosse e dificuldade para respirar. Entre os cuidados básicos podem reduzir o risco de infecção, estão:
Evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
Manter os ambientes bem ventilados;
Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.
AEN-PR