Paranaguá iniciou há alguns meses o “Família Acolhedora”. O programa está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e regulamentado no município pela Lei 3745/2018 e visa dar acolhimento temporário para crianças, adolescentes ou grupo de irmãos em situação de risco pessoal e social. É a oportunidade de oferecer amparo, aceitação, amor e a possibilidade da convivência familiar e comunitária.
Até o momento, 10 famílias se candidataram para participar do processo, uma foi habilitada e outra está no final do processo. Conforme a coordenadora da Vigilância Socioassistencial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Jucelma de Lima Silva o programa prepara a família por meio de uma equipe técnica, para receber essa criança. “O período de permanência no lar temporário dependerá do prazo de trabalho com a família de origem para que ela posso receber novamente essa criança”, informa.
O casal Dorca Gonçalves Alves e Antônio Carlos Alves se cadastrou pra participar e é a primeira família habilitada. “Já tivemos três filhos de sangue e outros três adotivos. Tenho experiência e vemos como um dom o papel de trazer para perto, acolher essa criança. Estamos muito felizes por essa oportunidade de auxiliá-la. Essa criança nos trará muitas alegrias”, frisa Dorca Alves que deixa claro que sabe que não é uma adoção. “Ela será muito bem recebida”, afirma.
“O Família Acolhedora tem o intuito de direcionar as crianças para as famílias, que darão amor e carinho. Nossos abrigos e casas lares são muito bons, mas para o menor acaba tirando o convívio social. O programa vai proporcionar um atendimento mais individualizado”, explica Jucelma de Lima Silva.
Letícia Correia Generoso, coordenadora do Programa Família Acolhedora detalha que as famílias que querem se candidatar devem ter no mínimo 25 anos, ser residente na cidade há no mínimo 5 anos, não é necessário ser casado para participar. Casais homoafetivos também podem participar. “Lembramos que não se trata de adoção. A família de apoio assume o papel de parceira na preparação para o retorno à família biológica ou substituta. Haverá uma avaliação para sabermos se esta família se enquadra no programa”, salienta.
As crianças acolhidas podem ter de zero a 17 anos, mas é a família habilitada que traça o perfil que deseja receber em seu lar. “A pessoa pode especificar se quer acolher menina, menino e qual a idade”, observa Letícia Generoso.
“Tudo é muito novo no Município e estamos com a primeira família habilitada. Sou apaixonada pelo projeto, pois vejo que ele traz mais humanidade para essas crianças. Quando a família é capacitada temos todo o cuidado para que ela tenha o perfil para o programa”, avalia a psicóloga Sandra Hoffmann Fix.
Alecssandro Lobo de Camargo, diretor de Proteção Básica destaca que o mais importante é o bem-estar das crianças atendidas e esse é o foco do programa. “este é um projeto importante e parabenizamos toda a equipe por esse trabalho fundamental em prol dessas crianças”, enfatiza.
“Chamamos todas as pessoas para conhecer o programa e venham se cadastrar para ser uma Família Acolhedora”, convida o diretor de Proteção Especial, da Secretaria Municipal de Assistência Social Ariosmar Jorge dos Santos.
Toda a família acolhedora recebe ajuda de custo de um salário-mínimo pelo tempo de acolhimento que pode de ser de 6 meses a 2 anos. A maioria das crianças e adolescentes que participam do programa retornam aos seus lares após o período de acolhimento em lares substitutos.
Podem participar do programa casais, mulheres e homens solteiros. As famílias acolhedoras são selecionadas, capacitadas e acompanhadas pela equipe técnica do Serviço de Acolhimento.
SECOM