Nesta segunda-feira (26) o Ministério Público Federal (MPF-PR) ofereceu a segunda denúncia derivada das investigações da Operação Hashtag, desencadeada pela Polícia Federal pouco antes das Olimpíadas do Rio de Janeiro, e criada para combater possíveis grupos terroristas atuando no Brasil. Danilo Francini dos Santos e Sara Ribeiro Martins vão responder pelos crimes de promoção de organização terrorista e associação criminosa. Fernando Pinheiro Cabral pelo crime de associação criminosa, e Leandro França de Oliveira, Gilberto Gonçalves Ribeiro Filho e Mohamad Mounir Zakaria pelo crime de promoção de organização terrorista.
A denúncia visa a responsabilizar as pessoas que não foram objeto da primeira acusação ofertada no dia 16 de setembro de 2016, com exceção de Fernando Pinheiro Cabral que já foi condenado no processo anterior e segue preso por determinação da 14ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Ele está sendo novamente denunciado em virtude de provas de cometimento de novos crimes.
De acordo com as investigações, a atuação dos denunciados se deu por meio de publicações em perfis do Facebook e também em diálogos realizados em grupos fechados da mesma rede social, além de diálogos em grupos fechados por meio do aplicativo Telegram. Em inúmeras ocasiões, os denunciados demonstraram devoção à organização terrorista afirmando, inclusive, intenção de ação terrorista no decorrer dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
A análise de todo este material resultou na comprovação de que Leandro França de Oliveira, Gilberto Gonçalves Ribeiro Filho e Mohamad Mounir Zakaria atuavam intensamente na promoção dos graves atos por meio de contas nas redes sociais e diálogos com outros envolvidos na prática criminosa.
As investigações apontaram que Leandro mantinha vínculo com o já condenado na primeira ação penal decorrente da Operação Hashtag, Leonid El Kadri Melo. Tal relação foi comprovada quando este, através do perfil de usuário no Facebook “Abu Khalled El Kadri”, solicitou a Leandro um endereço de e-mail para enviar-lhe a missiva de convocação para compor célula do EI no Brasil.
Já o denunciado Gilberto manteve diversos diálogos com várias pessoas onde divulgou, promoveu, incitou e declarou apoio à organização terrorista Estado Islâmico. Em algumas de suas conversas Gilberto reforçou que concordava com a Matança de líderes e pessoas ligadas às chefias de Estado.
Quanto a Mohamad, ele chegou a ficar preso após a primeira fase ostensiva da operação e mantinha contato frequente com Leonid El Kadre de Melo, sendo inclusive apontado como uma espécie de mentor deste. Atualmente ele cumpre medidas cautelares diversas da prisão impostas pelo Juízo.
Associação criminosa
O avanço das investigações ainda identificou que outras pessoas se associaram para promover atos da organização terrorista. Este segundo grupo era liderado por Fernando Pinheiro Cabral, e seria uma espécie de associação criminosa paralela à comandada pelo já condenado Leonid El Kadre de Melo, e contavam com a participação ativa de Sara Ribeiro Martins e Danilo Francini dos Santos.
Agência Brasil