Entre os dias 10 e 20 de julho, a Ilha dos Valadares está sendo palco das gravações dos CDs de grupos musicais de Fandango Caiçara. A ação faz parte do Programa de Gestão de Bens Imateriais Fandango Caiçara, financiado pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), por meio de aportes na Lei de Incentivo à Cultura, e conta com o apoio operacional da empresa DTA Engenharia Ltda.
As gravações acontecem no Estúdio Papagaio Loro Records, localizado na Associação de Cultura Popular Mandicuera, na Ilha de Valadares. A Associação também conta com uma sala para montagem de violas, rabecas e machetes, instrumentos utilizados pelos grupos caiçaras.
Neste mês, gravam os grupos Mandicuera e Folclórico Mestre Romão, compostos por músicos jovens e adultos. Em fevereiro, foi a vez dos grupos Mestre Brasílio e Pés de Ouro, formados por membros com mais de 70 anos, participarem das gravações. Ao final de mais esta semana de estúdio, haverá as etapas de mixagem, prensagem, confecção das artes para os álbuns e, posteriormente, o lançamento dos discos.
Em contrapartida, está prevista para o mês de outubro a realização de uma apresentação musical em uma escola da região, ainda a ser definida. "Promover o registro e a difusão do fandango caiçara é um dos compromissos do terminal com a preservação dos costumes e tradições da população parnanguara", afirmou o superintendente institucional da TCP, Allan Chiang.
Ao final do projeto, cada um dos quatro grupos musicais beneficiados fará o lançamento dos CDs com 12 faixas. "Apesar do fandango existir e resistir desde a época da colonização portuguesa, ele não é tão conhecido em nosso país. O trabalho de pesquisa, registro e difusão do fandango é de extrema importância para preservar a cultura caiçara", destaca a produtora da Associação de Cultura Popular Mandicuera, Mariana Zanette.
TCP e a preservação da cultura caiçara
O Terminal de Contêineres de Paranaguá desenvolve, desde 2018, o Programa de Gestão de Bens Imateriais Fandango Caiçara (PFC), que integra diversos projetos independentes. Entre as ações desempenhadas pelo programa estão as reformas dos espaços Associação Mandicuera e Grupo Mestre Romão (Casa de Fandango Mestre Eugênio); a locação e reforma do espaço Mestre Brasílio e Mestre Nemésio; e a doação de instrumentos e figurinos usados no fandango. Também houve a realização de bailes de fandango em comunidades caiçaras de Paranaguá; a gravação de CDs dos grupos musicais; a integração com unidades de educação municipal e estadual do Paraná; entre outros.
Outro marco para a cultura caiçara aconteceu em março deste ano, quando a TCP celebrou o encerramento do Projeto da Caxeta, que resultou na publicação da portaria IAT nº 466, de 20 de dezembro de 2022, responsável por regulamentar a extração da madeira base para a construção de instrumentos musicais do fandango. O terminal participou do desenvolvimento do projeto, o qual busca proteger a cultura do fandango caiçara e garantir a legalidade das atividades envolvendo os artistas locais.
da Assessoria