Paranaguá recebe a partir da próxima quarta-feira (30) a exposição “Palavras do Paraná”, na Biblioteca Mário Lobo, com abertura prevista para 14h30. A mostra estará à disposição do público até 29 de setembro e a entrada é gratuita. Tem como objetivo apresentar um pouco do vasto e rico universo da literatura paranaense e está sendo organizada pela Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) e pela Biblioteca Pública do Paraná (BPP).
A exposição reúne alguns dos principais autores do Estado. São 11 nomes da literatura paranaense, da primeira autora, a poeta Júlia da Costa (1844-1911), ao contista Dalton Trevisan, hoje com 92 anos, premiado no Brasil e no exterior por renovar o conto em língua portuguesa. A obra de Trevisan é encenada, adaptada para o audiovisual, traduzida e continuamente estudada.
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O secretário municipal de Cultura, Harrison Camargo, agradeceu à SEEC por presentear Paranaguá com a exposição e lembrou que a cidade mãe do Paraná “é um celeiro de poetas. “São filhos desta terra dois grandes ícones da literatura paranaense, a Júlia da Costa e Fernando Amaro. Em nome do prefeito Marcelo Roque agradeço à Secretaria de Estado da Cultura por nos brindar com essa mostra, que reconhece os talentos paranaenses”, destacou o secretário.
Concebida para ser itinerante, a exposição é composta por 14 banners de 1,20 m x 1,60 m. Este formato expositivo facilita o transporte, a manutenção e a montagem da mostra. Além disso, foi possível replicar o conjunto de banners, possibilitando que a mesma exposição esteja em cartaz simultaneamente em diferentes locais.
Entre 24 de agosto e 29 de setembro de 2017, a SEEC e a BPP promovem o Mês da Literatura do Paraná. Com o objetivo de fomentar e estimular a leitura e a literatura no Estado, a programação deste ano inclui show com músicas de Paulo Leminski, exposição sobre autores paranaenses, bate-papo com escritores, fórum sobre leitura e literatura, feiras de livros, e muito mais. A programação completa estará disponível no site www.cultura.pr.gov.br.
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POETAS
Conforme material divulgado pela SEEC, os autores paranaenses são conhecidos e respeitados em âmbito nacional desde o início do século 20, quando Emiliano Perneta (1866-1921) se destacou como uma das vozes do movimento simbolista. Entre os pioneiros estão também Emílio de Meneses (1866-1918) e Newton Sampaio (1913-1938), dois paranaenses que viveram no Rio de Janeiro, onde atuaram na imprensa. O poeta Meneses foi eleito para a cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras, enquanto o contista Sampaio conquistou um prêmio da ABL.
Helena Kolody (1912-2004) e Paulo Leminski (1944-1989), dois nomes que marcam a poesia no Paraná, também são presenças necessárias nesta retrospectiva. Ambos escreveram livros que foram e ainda são porta de entrada para o universo da leitura. Recentemente, a obra poética de Leminski foi reeditada e ultrapassou a marca de 100 mil exemplares vendidos, um recorde nacional — o que sinaliza o poder de comunicação do legado leminskiano, que se desdobra em canções e artes visuais, teatro e cinema.
O chamado “Quarteto Experimental” da literatura paranaense também merece destaque. Jamil Snege (1939-2003), Manoel Carlos Karam (1947-2007), Valêncio Xavier (1933-2008) e Wilson Bueno (1949-2010) borraram as fronteiras entre os gêneros, aproximando literatura do cinema, jornalismo, histórias em quadrinhos, televisão e teatro. São admirados por leitores, escritores e estudiosos no Paraná e em outros estados, e as suas obras estão adaptadas para outras linguagens.
O legado desses 11 autores dialoga com a formação do Paraná, onde a convivência entre vários povos se revelou possível, resultando em um ambiente multicultural. Aqui, o outro é — mais que bem-vindo — necessário. Essa produção que influencia os contemporâneos se apresenta como referência fundamental.
SECOM