Para os consumidores residenciais atendidos pela Copel, o valor da taxa terá aumento de 1,85%

A tarifa de energia elétrica ficará mais cara a partir da próxima semana. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta terça-feira (18) o reajuste para os consumidores atendidos pela Copel. O novo valor passa a valer na segunda-feira, dia 24 de junho. O aumento médio será de 3,41%.

O consumidor residencial terá aumento de 1,85% e baixa tensão de 2,92%. O maior índice ficou para os consumidores de alta tensão (4,23%), que engloba grandes empresas e indústrias. O índice médio ficou abaixo da inflação nos últimos 12 meses, de 4,66% (IPCA).

Apesar de menor do que a inflação, a alta deve trazer impacto no consumo das famílias. “Todo o reajuste tem um efeito negativo no consumo. Seja R$ 5 ou R$ 10 que vão para a conta de luz é dinheiro que não vai para outro lugar. Retira-se este valor do mercado. Por menor que seja, sempre haverá impacto”, comentou o economista Marcos Rambalducci, professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e colunista da FOLHA.

Mas a alta não deve significar aumento de preços de produtos. O economista acredita que em curto e médio prazo, a indústria deve absorver o  reajuste da tarifa para garantir as vendas. “O consumidor não tem condições e não aceita a elevação dos preços dos produtos. As vendas estão estreitas e só deve repassar o custo quem não tiver mais como segurar”, afirmou.

A falta de demanda impede a escalada de preços de produtos e a indústria provavelmente, de acordo com Rambalducci, vai reduzir as margens de lucros. “O reajuste da energia elétrica não deve ter impacto imediato”, reforçou.

Para o cálculo do índice, a Aneel considerou a variação de custos da prestação do serviço. Segundo a agência, a alta da cotação do dólar, moeda utilizada para calcular o valor da energia gerada pela Usina de Itaipu, pesou no cálculo do índice de reajuste. Mas contribuiu para um menor aumento a redução da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que se refere ao empréstimo feito pelo governo federal em 2013 junto a bancos públicos e privados para o reequilíbrio do sistema. Em março foi anunciado a antecipação do pagamento do empréstimo. A medida representou uma redução de -4,25% no reajuste.

A bandeira tarifária contribuiu para reduzir em -4,81% o índice final. As bandeiras tarifárias garantem o repasse automático dos custos gerados pelo aumento da geração de energia pelas termoelétricas. “É uma proteção para eles (concessionárias de energia) e para nós, pois torna desnecessário a recomposição dos custos”, explica Rambalducci.

Em junho, a bandeira está verde, sem custo extra aos consumidores. A previsão de chuvas para o mês superou as expectativas no país. Com isso, diminuiu-se os custos relacionados ao risco hidrológico e à geração de energia de fontes termelétricas.

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