Sobre o assassinato do estudante dentro de uma escola estadual ocupada em Santa Felicidade, na cidade de Curitiba.
A primeira ótica, maior do que qualquer outra coisa, deve ser a dor da família.A terrível situação de perder um jovem de 16 anos. A inversão da linha do tempo, na qual os pais terão que enterrar um filho, quando correto seria o filho sepultar seus antecedentes.

Mas além disso, a morte do garoto não aconteceu hoje.
E ela tem vários culpados, em todas as searas da sociedade.
Todos devem lavar as mãos sujas desse sangue.

Afinal, não foi hoje que ele foi apresentado à droga sintética e não foi na escola que essa droga foi produzida.

Nossa estrutura pública educacional está à beira do caos.
Salvo poucos, a esmagadora maioria dos jovens de escola pública não consegue olhar no horizonte e ver um futuro na vida pela educação.
Não há esperança em sucesso pelo ensino público.
Superfaturaram obras, serviços e destruíram sonhos do amanhã.

Deixaram de prover a qualificação dos professores, a estrutura didática das escolas foi abandonada, não há quadras e nem ginásios para os jovens, não há contraturno.
Quebram acordos e ferem direitos. Destroem a esperança.

E um jovem sem esperança é uma nau sem rumo, é um barco à deriva, um fio sem prumo. A sociedade usada como massa de manobra.

O problema não é a ocupação da escola. É a desocupação do ensino, da educação, do conhecimento. É o abandono do jovem.

O garoto já tinha sua sentença descrita no livro da vida.
Hoje ou amanhã, era uma questão de tempo.
Outros mais, todos os dias, também se vão. E outros mais irão.
Até quando?


Fabiano Elias - Advogado
https://twitter.com/fabianoelias


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