Há apenas duas rodadas de finalizar a fase classificatória do Paranaense-17*, temos como analisar o desempenho e pretensões das equipes participantes não apenas nesse certame como também para o restante da temporada.
Das doze equipes que participam do paranaense, quatro delas já tem calendário garantido para o resto do ano: o “trio de ferro” da Capital (Paraná Clube, Atlético e Coritiba) e o Londrina.
O Atlético Paranaense buscou priorizar a Libertadores. Como apenas ingressará na Copa do Brasil numa fase avançada e (ao lado do Coritiba) declinou da participação na Primeira Liga, limitava-se a utilizar o estadual com o elenco “B” no intuito de dar ritmo ao elenco. No entanto, tal expediente não foi suficiente para garantir uma colocação tranqüila na tabela e, mesmo tendo ingressado frente o J. Malucelli com o elenco principal, não obteve nada maior que um empate no Eco-estádio. Dessa forma, com parcos onze pontos, luta (mas não muito, graças aos oponentes) para ir para à fase eliminatória. Mais importante que a colocação no estadual é o desempenho na competição continental. Após ter permitido o empate em casa na primeira rodada, obteve expressivo resultado frente o San Lorenzo de Almagro e, depende exclusivamente do seu desempenho frente o Flamengo nas próximas duas partidas para seguir adiante.
O Coritiba começou mal a temporada. Perdeu treinador, foi eliminado da Copa do Brasil pelo ASA de Arapiraca e apostou no eterno interino Pachequinho. A equipe, no entanto, apenas passou a demonstrar melhor futebol nas últimas apresentações. Nesta semana apresentou Jorginho como treinador e este deverá ainda precisar de algum tempo para definir sua melhor forma de jogo. Caso vença a partida que fecha a nona rodada do paranaense frente o lanterna PSTC, não irá melhorar de posição mas diminuirá a diferença para o líder Paraná.
O Tricolor da Vila Capanema segue com problemas financeiros mas viu na profissionalização do seu departamento de futebol a saída para melhor gerir seus recursos e possibilidades. Dessa forma, contratou Rodrigo Pastana que, com uma folha mensal ainda menor que em 2016 conseguiu montar um elenco mais competitivo. Com essa visão veio o treinador Wagner Lopes e a dupla diretiva terá quatro competições para dividir seu elenco. Assim o Paraná tem chances de classificação à fase seguinte da Primeira Liga (aguardando a partida entre Figueirense e Avaí), arrancou empate do ASA fora de casa pela Copa do Brasil e, com o elenco “B” lidera o estadual dando aos seus torcedores a esperança de que terão neste ano um elenco competitivo.
O Londrina a exemplo do Coritiba já está eliminado da Copa nacional. Com um elenco que atua junto há algum tempo, a equipe do interior encontra-se numa posição intermediária no estadual e demonstra alguma fragilidade. O entrosamento poderá ser decisivo para maiores pretensões na segundona e no próprio torneio local mas carece de nomes mais incisivos para tentar vôos mais altos.
O Cianorte com pouco recurso mas muito trabalho vem se apresentando de forma competitiva e com merecimento figura no topo da tabela do estadual. Assim como o J. Malucelli e o Prudentópolis, tem como pretensão uma boa colocação no estadual para garantir ingresso na série D do nacional.
O J. Malucelli sob comando de Luciano Gusso vem pontuando de forma consistente e há tempos suas boas colocações não mais surpreendem. Tem sobre si a pendência da perda de pontos, o que pode comprometer não apenas sua colocação (ou permanência) no estadual mas também o ingresso à série D.
O Prudentópolis faz com Milton do Ó uma campanha muito honesta. Com limitações técnicas, o elenco do interior apresenta uma determinação tática ímpar e, pelo esforço do elenco, demonstra competitividade no estadual, podendo beliscar uma vaga na quarta divisão nacional.
O Cascavel apesar de figurar dentre os hoje classificados não demonstra maiores pretensões até pela limitação do elenco, deve ser o “patinho feio” dentre os classificados à segunda fase do paranaense.
Toledo, Foz e PSTC esbarram na clara limitação dos seus elencos até para chegar à segunda fase do estadual. A briga de Alan Aal (Foz) e da dupla Vital e Goiano (PSTC) deve residir à manutenção na primeira divisão do estadual.
A exemplo das últimas equipes, o panorama não fica menos sombrio quando tratamos do Rio Branco. Talvez o Leão da Estradinha tivesse melhor colocado caso Ary Marques tivesse sido o treinador desde o início, com tempo para trabalhar o elenco e suas conhecidas llimitações. Macuglia não é confiável dentro e fora de campo e deixou a equipe na mão por uma melhor proposta. O fato é que novamente a equipe parnanguara irá lutar para manter-se na elite do futebol estadual. Atualmente em nono colocado, está com a mesma pontuação que o Foz, quem abre a zona de rebaixamento. Para piorar, um sucesso do PSTC frente o Coritiba poderá deixar os quatro últimos do estadual com a mesma pontuação. Tem o Rio Branco nas duas rodadas restantes um confronto complicado frente o Coxa fora de casa e jogará a permanência no estadual em casa, dia vinte e nove diante do Foz em partida que não poderá pensar noutro resultado a não ser a vitória. Graças à essa possibilidade e não pelo futebol ou gestão apresentados, poderá ainda seguir disputado a primeira estadual em 2018, mas novamente, sem calendário desportivo para o restante deste ano.
Um ponto em comum dentre as equipes que já tem calendário garantido para o restante de 2017 e aquelas que poderão a estas juntar-se é que alguns dos titulares não convencem parte da torcida, precisando de alguns nomes que possam ajudar tais equipes a incrementar a competitividade. Podemos claramente dizer que apesar do trabalho realizado até agora por seus departamentos, que existem lacunas maiores nos elencos de Coritiba e Londrina e pontuais nos de Paraná e Atlético.
Obviamente, como de costume, essas equipes deverão perder jogadores após o estadual para equipes do eixo RJ-SP-MG-RS e também, na janela de transferência para equipes de fora. Diferentemente de outros anos, no entanto, podemos afirmar que aquelas com calendário já definido além de Cianorte e J. Malucelli apresentam ao menos uma base consistente, de modo a permitir sonhos maiores.
(*) O Coritiba e o PSTC na apresentação desta coluna ainda não tinham efetuado entre si a partida válida pela nona rodada do estadual.
David Formiga - Narrador Esportivo na Rádio Paraná Clube