Com as saídas, o PT deixa de ser um partido grande no nível municipal, e já pode ser considerado uma legenda de nível médio.
O cenário é preocupante para o PT, visto que 2016 é um ano de eleições municipais.
A operação Lava Jato e a crise política contribuíram para a deterioração da imagem do partido – levantamento de dezembro do ano passado, do Paraná Pesquisas, mostrou que 63% dos paranaenses consideram o PT o partido mais corrupto. Com menos candidatos à reeleição, especialmente nas câmaras municipais, as chances de um desempenho ruim aumentam ainda mais.
Em 2012, o PT elegeu 632 prefeitos e 5128 vereadores. Em três anos e meio, 149 prefeitos (23%) e 1.718 vereadores (33%) trocaram de partido ou se desfiliaram. Esses números foram obtidos com o cruzamento de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre resultados eleitorais e filiação partidária.
Nas eleições daquele ano, o partido ficou em terceiro lugar tanto no ranking de prefeitos eleitos quanto no de vereadores eleitos, atrás somente de PMDB e de PSDB.
Com a saída de parte de seus gestores e de sua bancada, a legenda se tornou um partido médio em âmbito municipal, caindo para a nona posição no ranking de vereadores e para a sétima posição no ranking de prefeitos – partidos como o PP, o PSB e PSD, destino de muitos ex-petistas, ultrapassaram o PT em ambos os rankings.
Apesar do cenário negativo, o PT conseguiu “segurar” seu principal prefeito, Fernando Haddad, de São Paulo – município mais populoso do país. No fim do ano passado, foi especulada uma possível saída do prefeito paulistano para a Rede, mas isso não se confirmou.
Nas capitais, apenas o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, deixou o partido – se filiou ao PSD. O PT governa, ainda, Rio Branco e Goiânia.
Há uma variação regional significativa dentro do partido. Em alguns estados, o número de desfiliados não é tão grande. No Rio Grande do Sul, curiosamente um dos estados mais “rebeldes” em relação ao governo federal, apenas um de 72 prefeitos eleitos deixou o partido – além de 13% da bancada de vereadores.
Em outros lugares, entretanto, a debandada foi maior. No Rio de Janeiro, quase dois terços dos vereadores e dos prefeitos trocaram de partido – que, até as vésperas da votação do impeachment na Câmara, era aliado ao governo peemedebista local, apesar das críticas dos militantes. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, 36 de 77 prefeitos deixaram a legenda.
No Congresso, o PT também perdeu representantes, mas em uma escala muito menor. Na Câmara Federal, o partido perdeu quatro de 69 deputados eleitos, enquanto no Senado, de 14 senadores, dois não são mais do PT:
Walter Pinheiro (sem partido-BA) deixou o partido por conta própria e Delcídio do Amaral (sem partido-MS) foi expulso.
Fonte Gazeta do Povo