Mesmo com o encerramento das transições nas prefeituras paranaenses e com o início das novas legislaturas nas Câmaras Municipais, as movimentações políticas seguem intensas no Estado. Para quem vislumbra a disputa eleitoral em 2018 o calendário "parece correr mais rápido", como disse fonte ligada ao Palácio Iguaçu, e os principais pré-candidatos à sucessão do governador Beto Richa (PSDB) iniciaram o ano tentando antecipar a conquista de apoio popular para viabilizar a candidatura.
A vice-governadora Cida Borghetti (PP), o ex-senador Osmar Dias (PDT) e o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Junior (PSD), vão intensificar a agenda de viagens pelo interior e já dão sinais do tom adotado nos discursos, por enquanto, conciliadores. Outros partidos também mostram interesse em entrar na disputa, mas ainda não apresentaram nomes e estão na chamada "análise de conjuntura", como é o caso do PT, que somente teria candidato próprio ao governo caso o ex-presidente Lula confirme a candidatura à presidência. "Se isso acontecer, ele vai precisar ter palanque aqui no Paraná e evidentemente teremos a candidatura própria, mas hoje o cenário ainda está indefinido", disse o presidente estadual do partido, o deputado federal Enio Verri (PT). O senador Roberto Requião (PMDB) é outro cotado, mas ainda não se apresenta como pré-candidato.
Cida encerrou a semana passada percorrendo municípios do Norte e Norte Pioneiro, em companhia do marido e ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), fazendo entrega de recursos federais e firmando convênios com as prefeituras. Barros é o principal articulador político da família, que reúne também a deputada federal Maria Victória (PP), filha, e o ex-secretário estadual de Planejamento, Silvio Barros (PP), irmão, derrotado na disputa pelo Executivo de Maringá (Noroeste). Ratinho também esteve na região de Londrina, acompanhando Beto na última semana, durante solenidades oficiais. Osmar, o único entre os três que no momento está sem cargo público, se prepara para percorrer o Paraná, fazendo palestras e organizando o partido.
A vice-governadora aposta na candidatura de Beto ao Senado no ano que vem, o que a colocaria à frente do Executivo estadual a partir de abril de 2018, prazo para a desincompatibilização. "Eu seria a primeira mulher a governar o Paraná e a tentar a reeleição", afirmou Cida, revelando o desejo de ter o PSDB na chapa. "Agradeço a confiança do governador, estamos caminhando juntos, o Paraná está dando bons resultados, servindo de modelo para outros estados. Queremos muito tê-lo na nossa chapa como candidato ao Senado. Se ele não concorrer, eu espero que o PSDB possa indicar um nome e que essa parceria continue. Mas, o governador é muito jovem e são duas vagas para senador, é uma grande oportunidade."
Com a vitória do aliado Rafael Greca (PMN) como prefeito de Curitiba e a eleição de outros 66 prefeitos tucanos nas últimas eleições – segundo melhor desempenho, atrás apenas do PMDB – o apoio do governador Beto Richa voltou a ser valorizado. Em 2016, no pleito municipal, ele concentrou o apoio na capital. Dias também não descarta uma chapa formada por PDT e PSDB, com Beto candidato a senador. "Eu não coloco como possível nem impossível, é inoportuna qualquer posição minha sobre esse assunto, estamos a dois anos... Alianças a gente vai fazer lá na frente. O PDT tem essa disposição de que eu seja candidato, tem outros partidos me convidando para ingressar, mas no momento não penso nessa mudança. Estou mais preocupado em ter uma mensagem que possa despertar a confiança da população."
Ratinho, que migrou do PSC para PSD, unindo as duas legendas que somam na Assembleia Legislativa (AL) 14 deputados estaduais, afirmou que pretende "apresentar um projeto para o Paraná e espero que possa ser em 2018". Questionado se terá um discurso de continuidade, tendo em vista que representa o mesmo governo, ao lado de Cida, disse que ainda é cedo para pensar em apoios. "A base do governador Beto Richa tem vários partidos na Assembleia e, possivelmente, muitos deles terão candidatos. O próprio governador ainda não se posicionou e acho que está correto, porque é muito cedo para dizer o que vai fazer da carreira dele. Neste momento nós estamos trabalhando para consolidar esse projeto, não estamos preocupados agora com quem estará na coligação. Claro que vamos conversar, buscar o máximo de aliados, mas nesse momento não é a grande discussão."
Edson Ferreira - FL