Segundo ofício "urgente" enviado à juíza Carolina Lebbos, policiais dizem que gastos mensais devem chegar a R$ 300 mil
© Ricardo Moraes / Reuters

Desde que chegou à superintendência da Policia da Federal, no último dia 7, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou a rotina da corporação e também dos moradores das áreas próximas. Até mesmo um acampamento foi montado por militantes, que passam dia e noite no local, em apoio ao ex-presidente. A eles ainda somam-se os jornalistas nacionais e internacionais que trabalham na cobertura do caso.

Todas as mudanças e transtornos levaram policiais federais a enviarem um ofício "urgente" à juíza Carolina Lebbos, da execução penal, pedindo a transferência do petista. Eles ainda citam os altos gastos para mantê-lo na carceragem.

"Tem-se uma perspectiva de gastos de aproximadamente R$ 300 mil" no mês com diárias de policiais, passagens e deslocamentos de pessoal de outras unidades para reforçar a segurança da superintendência, diz o documento, de acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Antes, os policiais já haviam procurado o juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância e pela ordem de prisão de Lula, para pedir que o ex-presidente fosse transferido a outra unidade prisional, de preferência fora do perímetro urbano.

Na ocasião, no entanto, Moro manifestou disposição em deixá-lo onde está por mais um tempo. Mas uma mudança não está descartada.

Já o diretor do Departamento Penitenciário do Paraná, Luiz Alberto Cartaxo Moura, ainda segundo a Folha, chegou a se pronunciar sobre o assunto e disse que o sistema está pronto para receber o ex-presidente. Afirmou, ainda, que há um lugar já reservado para Lula, no Complexo Médico Penal em Pinhais, região metropolitana de Curitiba (PR).

Lá já estão presos da Lava Jato, a exemplo do deputado cassado Eduardo Cunha e do ex-tesoureiro João Vaccari Neto.

No ofício enviado a Carolina Lebbos, os policiais também afirmam temer a proximidade do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. "Diante da circunstância da prisão do ex-presidente da República, todos os movimentos sociais e de trabalhadores estão se organizando para trazer para Curitiba o evento principal do feriado. Em informações preliminares fala-se em uma concentração de até 50 mil pessoas".

Alegam ainda que as instalações da PF não são adequadas para um preso nas condições de Lula e que a sala em que ele se encontra não é apropriada "para a longa permanência de pessoas alojadas", tendo sido improvisada.

"As dependências da custódia de presos da unidade são muito limitadas e não se destinam à execução de penas ou mesmo à permanência regular de presos", afirmam. 

Além disso, reclamam dos "reiterados pedidos de visitas" a Lula, o que alteraria a rotina do órgão, dificultando o seu funcionamento.

A defesa tem prazo para se manifestar sobre o pedido.

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