A Secretaria Municipal de Saúde resolveu intensificar a vacinação contra a febre amarela em Paranaguá, que agora passa a estar disponível em todas as unidades básicas, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e também nas que atendem com horário estendido, das 18h às 23h. Isso por conta do registro de casos e até óbitos de humanos e macacos em cidades próximas à divisa de São Paulo com o Paraná, em decorrência da doença. Adicionado a isso também houve o registro da suspeita pela morte de 5 primatas em Antonina, nesta terça-feira (22), o que acendeu ainda mais o alerta.
Podem ser vacinadas pessoas com idade entre 9 meses e 59 anos. Quem estiver acima desta idade, gestantes e imunodeprimidos somente podem ser imunizados se tiverem indicação médica.
A medida é uma prevenção para evitar que a cidade tenha o registro de casos de febre amarela, doença que também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, sobretudo em áreas rurais. A secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro, fez uma reunião de emergência no início da tarde desta quinta-feira (23) para tratar do assunto, com representantes da Superintendência de Vigilância em Saúde e da Coordenação de Atenção Primária, para tratar especificamente do assunto. Ela solicita que pessoas que ainda não tomaram a vacina para que procurem a unidade básica mais próxima. “A febre amarela pode ser prevenida com a vacina, que tem eficácia a partir de 10 dias. Infelizmente temos o registro de casos bem perto, em municípios da região sul de São Paulo. Ou seja, a situação é bastante preocupante”, alertou a secretária.
Tais dados sobre a situação envolvendo a febre amarela foram encaminhados ao prefeito Marcelo Roque, que pediu à população que continue vigilante nas ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti. “Estamos no verão e sabemos que nesta época há muito registro de chuva, o que facilita a proliferação deste mosquito. Por isso peço que nosso cidadão fique atento em relação aos criadouros em seus quintais e também que se vacine, para se proteger contra essa doença”, orientou o prefeito Marcelo.
Na manhã desta quarta-feira (23) a Secretaria de Estado de Saúde realizou reunião com equipes técnicas de todos os municípios do litoral, que compõem a 1.ª Regional, para passar dados sobre a situação epidemiológica da região. O superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, João Luiz Galeno, e a equipe do Centro de Informações Estratégicas afirmaram que a “situação é de alerta” e que existe uma “ameaça eminente”.
Desde 1.º de julho de 2018 o estado vizinho de São Paulo já notificou 382 casos de febre amarela, sendo 19 confirmados, com 2 óbitos. Nos últimos dias os municípios de Iporanga e Registro, que fazem divisa com o Paraná e ficam a menos de duas horas de distância, também tiveram registros de casos em humanos e ainda morte de macacos. Vale lembrar que no Paraná não há registro de casos da doença autóctone (contraído no próprio Estado) desde 2008. No ano passado houve a confirmação de dois casos, mas importados.
A equipe da Sesa vei prestar orientações técnicas aos profissionais do litoral, incluindo no que se refere à assistência aos pacientes, caso haja registro de casos. E ainda, a respeito do registro de vacinação em sistema próprio que é usado pelo Ministério da Saúde para definir as diretrizes a serem tomadas. Muitos municípios ainda têm dificuldades no fornecimento destes dados, pois não possuem estrutura de informática para tanto.
A secretária Lígia Regina determinou que a equipe do Departamento de Epidemiologia se empenhe na emissão dos dados necessários ao sistema para que seja possível fazer a busca ativa das pessoas que podem ser vacinadas contra a febre amarela. “Esse trabalho vai envolver a equipe do Estratégia Saúde da Família, que vai buscar esse paciente que precisa de imunização. Será um trabalho bastante minucioso e por isso reitero a importância de quem ainda não se vacinou para que procure nossas unidades”, conclamou a secretária.
SINTOMAS DA FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa causada por vírus, que se manifesta por febre, dor no corpo, amarelão (porque ataca o fígado), fraqueza e com alto risco de morte em suas formas graves. Casos leves causam febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, sintomas de várias outras doenças e daí a dificuldade na detecção. Por conta disso a orientação foi para que haja a notificação da suspeita e a realização de exame específico, conhecido como PCR. Os casos graves podem causar doenças cardíacas, hepáticas e renais fatais.
Pacientes com febre amarela podem ter dores locais, como nas costas, no abdômen ou nos músculos, e no corpo de uma forma geral, e sentirem calafrios, fadiga, mal estar ou perda de apetite. Náusea e vômitos são recorrentes, assim como é comum delírio, dor de cabeça, pele e olhos amarelados ou sangramento.
SECOM