Artefatos estão cada vez mais seguros, mas é preciso seguir as orientações contidas na embalagem; ortopedista alerta que uma explosão mal calculada pode comprometer inclusive antebraço e braço

O colorido dos fogos de artifícios anuncia a chegada de um ano novinho em folha, carregado de esperança que será melhor do que o anterior. Mas essa tradição requer cuidados para evitar acidentes. Estatísticas da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão (SBCM) revelam que uma em cada dez pessoas que sofrem acidentes com fogos de artifício tem membros amputados, principalmente dedos. E os acidentes ocorrem, em sua maioria, por descuido no manuseio do artefato. 

Para serem manuseados, os artigos pirotécnicos precisam obedecer a padrões de qualidade e segurança determinados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). 

Os artefatos estão cada vez mais seguros. Os morteiros, por exemplo, agora vêm com bases para serem fixados no chão e evitar que a pessoa segure na mão. As baterias, mais vendidas nesta época do ano, também vêm com pavios mais longos que dão tempo de acender e se afastar com segurança. 

AMPUTAÇÃO 

O ortopedista Paulo Marcel Yoshii, especialista em cirurgia da mão, conta que o número de atendimentos por acidentes com fogos de artifícios aumenta 30% no fim do ano. "É importante saber manusear e seguir corretamente o protocolo indicado na embalagem do material. Caso contrário, as consequências podem ser irreversíveis", diz o médico, que é membro da ABCM. 

"O problema mais grave é a amputação de dedos ou até mesmo da mão. Uma explosão mais forte e mal calculada pode comprometer inclusive antebraço e braço, não é muito raro acontecer. Uma lesão desse porte pode impedir, inclusive, a pessoa de levar uma vida normal", explicou o ortopedista. Os fogos também podem provocar queimaduras, lesões nos olhos e até surdez. 

Em caso de acidentes com fogos de artifício, as primeiras medidas são lavar as queimaduras com água fria ou soro fisiológico e envolver o membro atingido com um pano úmido, e em seguida procurar um hospital. "Nunca utilizar remédios caseiros ou outros produtos sem recomendação médica", reforça. "O socorro correto pode minimizar as sequelas causadas pelos acidentes", acrescenta o profissional da Clínica Ortovita, de Londrina. 

Por que o barulho dos rojões incomoda tanto os cachorros?

Você se incomoda com o barulho dos rojões em dias de jogos de futebol ou em outros tipos de comemorações? Quem também pode não gostar nem um pouco das explosões é o seu cãozinho de estimação, que possui uma audição bem mais sensível do que a sua. Saiba como amenizar o incômodo que as bombas podem causar ao seu pet e até mesmo prevenir possíveis perdas de audição com as dicas do Dr. Carlos Artur Lopes Leite, responsável pelo Setor de Clínica de Pequenos Animais do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras - MG.

A audição dos cães é mais sensível que a dos humanos? Por quê?

Os cães possuem uma capacidade auditiva diferente do ser humano. Assim, para efeitos de comparação, o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz (Hz = Hertz, uma unidade de medida da frequência de uma onda) e 40.000 Hz; já o homem percebe sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. Além disso, os cães conseguem detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano. Isto acontece por razões de evolução e adaptação: o ser humano, com seus olhos posicionados bem à frente (ao contrário dos cães, que são mais laterais), consegue focar um objeto com maior precisão, além de ter um campo visual maior. Com esse aprimoramento da visão, a audição ficou em segundo plano. Nos cães, há maior dependência do sentido auditivo que nos homens; assim, sua audição deve "compensar" a sua visão. Por fim, o ser humano se tornou tão especializado em suas faculdades mentais (cognição e raciocínio) que a audição é apenas mais um suporte ao processo (junto com todos os outros sentidos).


Dr. Carlos Artur Lopes Leite é médico-veterinário graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Micologia Médica pela Carl von Ossietzky Universität (Alemanha). É também mestre em Medicina e Cirurgia Veterinárias pela UFMG e doutor em Clínica Veterinária pela Unesp de Botucatu-SP. Atualmente, é responsável pelo Setor de Clínica de Pequenos Animais do DMV/UFLA (Lavras/MG).

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