A reportagem do jornal Estado de SP havia antecipado que uma decisão de princípios já havia sido tomada numa reunião informal no domingo entre os cartolas. Nesta terça-feira, de forma oficial, a Fifa votou a favor da decisão, incluindo 16 novos países no Mundial.
Na preparação para a decisão, a entidade havia realizado 10 mil simulações apontando que, em termos de qualidade, o melhor seria manter a Copa com os atuais 32 países. Mas, para atingir seu objetivo de expandir o futebol e a renda da entidade, a única opção encontrada pelos cartolas foi a de abrir mais vagas.
A projeção é de que a renda salte em 35%, com uma audiência recorde em novos territórios que jamais sonhariam em se classificar, principalmente na Ásia. Com a expansão, existem boas chances de que a China também entre na Copa, um sonho de Pequim e dos dirigentes na Fifa.
Pelo projeto aprovado, serão 80 jogos e pelo menos seis horas de futebol por dia. Com quatro partidas por dia, a própria entidade admite que será "um desafio" erguer uma infraestrutura capaz de acomodar o projeto.
Para que isso seja possível, a Fifa vai promover mudanças radicais nas regras do jogo. O primeiro é o fim do empate, com todos os jogos sendo definidos em pênaltis em caso de as partidas não tiverem um vencedor durante o tempo de bola rolando. Além disso, até 2026 a esperança é de que a tecnologia já esteja avançada e de que polêmicas possam ser facilmente resolvidas por meio vídeo ou outros auxiliares.
Estão ainda em estudos medidas como a autorização de um maior número de substituições, na esperança de manter elevado o ritmo de jogo.
CONTINENTAL - Para garantir ainda que o novo projeto possa encontrar uma sede capaz de ter 12 estádios novos, 64 campos de treinamentos, 48 hotéis para as seleções e uma segurança reforçada, a Fifa vai abrir a possibilidade de que diversos países se apresentem de forma conjunta.
Um dos temores das federações era de que, com o novo projeto, as futuras sedes da Copa se limitassem aos grandes países: EUA, China, Alemanha ou Japão.
Mas a Fifa, a partir de 2026, permitirá que uma Copa possa ocorrer em mais de três países ao mesmo tempo. Isso, segundo a entidade, reduzirá o custo para cada uma delas. Se o Mundial voltar para a Europa em 2030, por exemplo, ela poderia ser espalhada pelo continente. No caso da América do Sul, o evento poderia ver uma aliança entre Argentina, Uruguai e Chile.
O pesadelo organizacional ainda fica mais complicado se for considerado que o país ou continente sede tenha de receber 48 torcidas diferentes.
Agência Estado