WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos concluíram que a Coreia do Norte testou o lançamento de um míssil balístico intercontinental, disse uma porta-voz do Pentágono nesta terça-feira, e especialistas alertaram que o Estado norte-americano do Alasca agora pode estar dentro de alcance.
Caso confirmado como um míssil balístico intercontinental, o lançamento marcaria um grande feito para o programa de mísseis da Coreia do Norte e aumentaria preocupações em Washington sobre a busca declarada de Pyongyang por um míssil capaz de carregar uma ogiva nuclear que possa alcançar os EUA.
O presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu em janeiro que a Coreia do Norte nunca alcançaria esta meta.
Os Estados Unidos pediram um encontro a portas fechadas dos 15 membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre o lançamento, e uma sessão será realizada na quarta-feira.
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, pediu uma ação internacional e disse que o teste é mais uma escalada na ameaça nuclear da Coreia do Norte.
Em comunicado, Tillerson alertou que qualquer país que abrigar trabalhadores norte-coreanos, fornece ajuda econômica ou militar a Pyongyang ou não implementa as sanções impostas ao país pela ONU está "ajudando e incentivando um regime perigoso".
"Todas as nações devem demonstrar publicamente para a Coreia do Norte que há consequência para sua busca por armas nucleares", disse Tillerson.
O lançamento, na véspera do Dia da Independência dos EUA, nesta terça-feira, ocorreu dias antes de líderes do Grupo dos 20 discutirem passos para conter o programa de armas da Coreia do Norte, que tem sido seguido pelo país em desafio às sanções do Conselho de Segurança.
A mídia estatal da Coreia do Norte relatou que o lançamento foi ordenado e supervisionado pelo líder Kim Jong Un e enviou o Hwasong-14 a 933 quilômetros, chegando a uma altitude de 2.802 quilômetros durante tempo de voo de 39 minutos.
Alguns analistas disseram que os detalhes do voo sugerem que o novo míssil possui alcance de mais de 8 mil quilômetros, o que colocaria partes significativas de solo norte-americano em alcance, representando grandes avanços no programa.
David Wright, co-diretor do Programa de Segurança Global da União de Cientistas Interessados, sediada nos EUA, disse que o tempo de voo e distância sugerem que o míssil pode viajar cerca de 6.700 quilômetros, deixando todo o Alasca em alcance.
Reuters