A cheia do Rio Uruguai segue causando transtornos na Fronteira Oeste, principalmente, em Itaqui, Uruguaiana e São Borja

São Jerônimo é um dos municípios mais atingidos pelo aguaceiro

São Jerônimo é um dos municípios mais atingidos pelo aguaceiro Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS

O Rio Grande do Sul segue sendo castigado pelos efeitos do alto volume de chuva registrado nas últimas semanas de maio. A chuvarada deve dar uma trégua nos próximos dias, mas volta com força na metade da semana que vem, segundo a Somar Meteorologia.

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No fim da tarde desta quinta-feira (1º), subiu para 41 o número de prefeitos gaúchos — dos 74 municípios que registraram algum tipo de dano — que decretaram situação de emergência, principalmente, em razão de alagamentos. Conforme o último boletim da Defesa Civil, 903 famílias seguem fora de suas casas — 674 desalojadas (estão em casa de parentes) e 229 desabrigadas (estão em abrigos públicos).

Em junho, a previsão é de que os acumulados de água até o meio do mês, especialmente no Norte, fiquem acima dos 200mm de chuva, sendo que a média prevista é de 100mm a 150 mm para o mês.

A cheia do Rio Uruguai segue causando transtornos na Fronteira Oeste, principalmente, em Itaqui, Uruguaiana e São Borja. Nesses três municípios, mais de 300 famílias estão em abrigos públicos ou em casas de parentes. 

Mesmo com a previsão de pouca instabilidade nos próximos dias, a Defesa Civil segue monitorando o nível dos rios Uruguai e Jacuí que deve seguir aumentando como reflexo da água liberada das comportas de hidrelétricas de Santa Catarina. O coordenador da Defesa Civil em Uruguaiana, major Rinaldo Castro, afirmou que a região não registrou grande volume de chuva nesta quinta-feira, mas que isso não será o suficiente para melhorar a situação dos locais mais afetados pela chuva nos próximos dias:

— O Rio Uruguai deve seguir subindo na maior parte da Fronteira Oeste nas próximas horas mesmo com a diminuição da chuva. Já estamos sentindo os efeitos da água quem vem descendo de Santa Catarina e isso deve seguir nos próximos dias. Em Uruguaiana, a água está avançando 4 cm por hora na noite desta quinta. Na quarta (1º), era apenas 1 cm por hora — explicou Castro.

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Foto: Tadeu Vilani/Agencia RBS

Documentação precisa ser preenchida

Para garantir o auxílio federal, chefes dos Executivos municipais precisam preencher a documentação necessária para que os pedidos sejam homologados pelo governo estadual e reconhecidos pela União. Até o momento, a situação de emergência de apenas dois municípios gaúchos foi reconhecida em publicação no Diário Oficial da União: Dom Pedrito e Tenente Portela.

Em São Jerônimo, na Região Carbonífera, a cheia do Jacuí retirou 210 famílias de suas residências — 170 desalojadas e 40 desabrigadas.

De vigia, Cristiano Almeida, 35 anos, morador de São Jerônimo, não arredou o pé da frente de sua casa desde que o Jacuí subiu, há uma semana. Assim como muitos no município, Cristiano tem medo que furtem a residência e levem o pouco que restou após o alagamento.

No Ginásio Municipal Plácido Cunda, estão alojados os desabrigados, que se intercalam na vigília de suas casas:

— Tem muito usuário de droga na cidade. Em outras enchentes já levaram coisas da minha casa e também na residência de vizinhos — explica a dona de casa Nara Machado, 32 anos.

No Cais Mauá, estado de cheia no Guaíba

Em Porto Alegre, o aguaceiro ainda não obrigou a retirada de pessoas de áreas de risco, mas causa muitos transtornos, principalmente na Zona Norte. Na tarde desta quinta-feira, moradores dos bairros Humaitá e Navegantes bloquearam trecho da freeway, em Porto Alegre, próximo à Arena do Grêmio, para reclamar de alagamentos em suas casas. 

O Guaíba atingiu nível de cheia após chegar aos 2m10cm, no Cais Mauá. A Região das Ilhas começou a sofrer os impactos do avanço da água no fim desta tarde.

Com informações do portal Zero Hora

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