Como se preparar para um 2017 mais tranquilo
Para muitos trabalhadores, o fim do ano é um período bastante esperado porque, junto com as festas, os presentes e, para alguns, as férias, chega junto o 13º salário. Direito assegurado pelas leis trabalhistas, o salário adicional fomenta a economia num momento em que o apelo consumista é fermentado sob o manto das festas natalinas e de confraternização.
Porém, é possível aproveitar melhor esses recursos para acabar ou reduzir o endividamento e, até mesmo, planejar os gastos para não entrar em 2017 no vermelho. Uma pequena poupança do 13º pode ajudar a quitar os gastos de início de ano, como impostos e material escolar.
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo aponta que, em novembro, 57,3% das famílias brasileiras estavam endividadas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro. Já as famílias com dívidas em atraso chegam a 23,4% e 9,1% declaravam não ter condições de arcarem com os compromissos financeiros.
A economista e professora da Unifil Maria Eduvirge Marandola aconselha a utilizar o 13º salário para quitar as dívidas porque pagar os juros significa arcar com custos. Ao quitar uma dívida, a pessoa retira um ônus do orçamento e flexibilizando para o momento seguinte.
Para ela, se for necessário, que utilize todo o salário adicional ou abater o máximo do que conseguir. "É melhor um Natal magro e retirar esse ônus do ano que vem, porque os juros acabam virando uma bola de neve. Se conseguir evitar o crescimento dessas dívidas, é um avanço importante", ressalta. Ela ainda recorda que há opções de ceias mais em conta e sugere lembranças mais baratas para que a data não passe em branco.
A orientação da economista, que coordena um trabalho de extensão sobre educação financeira para famílias na Unifil, é colocar em uma planilha todas as receitas para controlar as dívidas e ir eliminando as que têm juros mais altos. "Se eu tenho dez dívidas e uma delas é o cartão de crédito, será o primeiro a quitar. Em segundo lugar, vem o cheque especial, que tem juros altos. E assim, sucessivamente", explica.
NOME LIMPO
O professor do departamento de Economia da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) Marcos Rambalducci também aconselha a quitar as dívidas em atraso com o 13º, principalmente se a pessoa não quiser iniciar o próximo ano com o nome em serviços de proteção ao crédito. "Claro que nem todos vão conseguir fazer isso. Pode ocorrer de as pessoas não se tornarem solventes, mas, para as que conseguem com o 13º, a dica é: liquide essas dívidas", diz.