Em apenas 8 meses da Gestão Marcelo Roque membros da equipe do prefeito comemoram as obras aprovadas para de pavimentação e iluminação.
Moradores de vários bairros serão beneficiados com mais estes 8 km de pavimentação. E a contrapartida, que deve girar em torno de R$ 3,7 milhões também será em obras de pavimentação e iluminação em diferentes bairros da cidade.
Entretanto, o Tribunal de Contas do Paraná publicou notícia informando que vai instaurar tomada de contas extraordinária para apurar responsabilidades pela má qualidade de obras realizadas em Paranaguá na gestão Edison Kersten com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
As irregularidades foram apontadas em auditoria executada pelo TCE-PR, em 2016, no Programa Integrado de Desenvolvimento Social e Urbano (Procidades) de Paranaguá.
O contrato entre o Município de Paranaguá e o BID foi assinado em 2011.
O custo total do programa é de US$ 37 milhões (aproximadamente R$ 116,55 milhões) - desse valor, 45% foram emprestados pelo BID e 55% correspondem à contrapartida local.
Falhas em obras da Gestão Kersten
Executada pela Coordenadoria de Fiscalizações Específicas (Cofe), a auditoria integrou o Plano Anual de Fiscalização (PAF) do TCE-PR em 2016 e avaliou a execução do Procidades de Paranaguá ao longo de 2015, período em que Kersten foi prefeito.
A equipe técnica detectou pontos de erosão, drenagem ineficiente e pavimentação inadequada em parte das obras viárias realizadas com recursos do programa. A pedido do Ministério Público de Contas (MPC-PR), o relatório de auditoria foi encaminhado à Coordenadoria de Fiscalização de Obras Públicas (Cofop) do Tribunal.
Na avaliação da Cofop, as falhas detectadas comprometem a segurança dos usuários, por prejudicarem as condições de trafegabilidade e exigirem manutenções a curto e médio prazos. A unidade técnica sugeriu a instauração da tomada de contas para apurar as irregularidades.
O relator do processo, conselheiro Ivan Bonilha, acolheu a instrução técnica. Para ele, as falhas no planejamento, além de comprometerem a segurança dos usuários, causarão gastos adicionais à Prefeitura de Paranaguá com os reparos, podendo caracterizar dano ao cofre municipal. O objetivo da tomada de contas a ser instaurada é quantificar o valor e apontar os responsáveis por este dano.
Julgamento
Fora as falhas em parte das obras executadas, a Cofe não detectou irregularidades em relação às demonstrações financeiras, ao cumprimento de cláusulas contratuais e ao controle interno do Procidades de Paranaguá. O relator acompanhou a instrução da unidade técnica nestes itens, ao votar por sua regularidade.
Além da instauração da tomada de contas extraordinária, Bonilha recomentou que a atual administração municipal de Paranaguá, do prefeito Marcelo Elias Roque (gestão 2017-2020), implante sinalizações de tráfego que impeçam que o veículos circulem na área com pavimentação inadequada.
Por sua vez, o atual Prefeito de Paranaguá Marcelo Roque, iniciou os projetos de melhorias e correções antes mesmo de receber a recomendação TCE-PR.
Os membros do Pleno acompanharam, por unanimidade, o voto do relator, na sessão de 20 de julho. Os prazos para recurso passaram a contar em 4 de agosto, primeiro dia útil após a publicação do Acórdão 3333/17 - Tribunal Pleno, na edição nº 1.648 do Diário Eletrônico do TCE-PR. O periódico é veiculado no portal do Tribunal na internet. Cópias da decisão serão enviadas ao BID, aos governos federal e estadual e à Prefeitura de Paranaguá.
Financiamentos internacionais
O TCE é o órgão credenciado para auditar os programas executados no Paraná com recursos de organismos de crédito internacionais. Em 2017, o Plano Anual de Fiscalização do Tribunal está realizando auditorias em nove programas, que somam um investimento de aproximadamente R$ 3,67 bilhões, incluindo financiamentos e contrapartidas locais.
As auditorias são realizadas, por exigência dos órgãos repassadores, em três programas executados pelo Governo do Paraná e seis programas que estão sendo implantados em cinco municípios do Estado: Curitiba (dois programas), Cascavel, Maringá, Paranaguá e Toledo. Os programas estaduais representam a maior fatia do investimento. São R$ 2,645 bilhões, equivalentes a 72% do total.
Os nove programas são cofinanciados por três organismos: a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), ligado ao Banco Mundial.
COM INFORMAÇÕES DO TCE-PR