Um dos procuradores mais atuantes nas redes sociais, Carlos Fernando dos Santos Lima voltou a criticar o Governo Federal através do Facebook. Em uma postagem nesta quarta-feira, ele acusou o governo Temer de acabar com a força-tarefa da Lava Jato na Polícia Federal do Paraná. Nas palavras do procurador, “a força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir”.
Segundo Carlos Lima, o Governo alega não ter verbas para trazer novos delegados a Curitiba. No final de maio, a equipe da Lava Jato foi reduzida por decisão da direção-geral da PF. O número de delegados caiu de nove para seis. Eles precisam dar conta de mais de 100 inquéritos que estão em andamento. Na ocasião, a própria força-tarefa admitiu que a redução no efetivo causava dificuldades operacionais e impedia a realização do trabalho de forma satisfatória. Houve também corte de verbas destinadas à operação.
Na mesma postagem, o procurador Carlos Lima criticou a liberação de recursos para emendas parlamentares. Segundo a agência Reuters, somente em 2017, mais de R$ 1,4 bilhão já foram liberados pelo Governo Federal para deputados e senadores. Depois que as delações da JBS vieram a público, em maio, a liberação de verbas disparou. Somente em junho, foram mais R$ 529 milhões.
Carlos Lima escreveu, abre aspas, a PF não tem mais dinheiro para passaportes. Não há verbas para trazer delegados. Mas para salvar o seu mandato, Temer libera verbas à vontade, fecha aspas.
O procurador tem defendido abertamente que a Câmara dos Deputados aprove a denúncia contra o presidente Michel Temer para que o caso seja julgado no Supremo Tribunal Federal.
Mesmo de férias, Carlos Lima continua com as postagens constantes no Facebook. Ele faz críticas a todos os partidos envolvidos em esquemas de corrupção, pede apoio à operação Lava Jato e defende mudanças no sistema político brasileiro. Na opinião do procurador, a população precisa estar vigilante às tentativas da classe política de interferir na Lava Jato. Nesta quarta-feira, ele também citou um eventual acordo para frear a operação. O esquema envolveria, segundo o procurador, que os deputados rejeitem a denúncia contra Temer e depois o Governo apoie uma anistia aos mesmos deputados.
As postagens de Carlos Lima no Facebook motivaram até uma representação da defesa do ex-presidente Lula no Conselho Nacional do Ministério Público. O pedido é para que o Conselho investigue um suposto desvio funcional e violação das regras de conduta por parte do procurador. Segundo a defesa, ele teria publicado mensagens atacando a honra e a imagem de Lula.
Fonte: Repórter Tabata Viapiana/CBN Curitiba