Educação, transporte, saúde e metalurgia. Esses são apenas alguns dos setores que devem cruzar os braços em Curitiba na próxima quarta-feira (15) em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência apresentas pelo governo federal. Aprovadas pelas categorias, as paralisações vão afetar o funcionamento de diversos serviços públicos e complicar a vida de milhões de curitibanos.
O transporte coletivo é um que mais deve impactar a população. Embora o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) não tenha uma previsão de quantos trabalhadores vão parar na data, a expectativa é que a adesão seja total ou muito próxima disso, o que pode afetar cerca de 1,5 milhão de usuários na cidade.
A Urbs já confirmou que vai entrar na Justiça pedindo a manutenção de uma frota mínima operante, embora não tenha revelado de quanto será esse total. A paralisação deve durar apenas a quarta-feira, mas o sindicato já apontou que uma nova greve deve acontecer também nesta semana.
Pautas locais
Na educação, a parada vai ser ainda maior. Professores da rede municipal e estadual aproveitaram a paralisação para pressionar a prefeitura e o governo do estado com outras pautas. As duas categorias vão parar por tempo indeterminado, afetando milhões de alunos.
A principal reivindicação da APP-Sindicato é que o governo do Paraná volte atrás na decisão de reajustar a hora-atividade da categoria, além do fim da resolução da distribuição das aulas. A associação não informou quantos dos 75 mil professores sindicalizados vão aderir à paralisação.
Na rede municipal, a greve deve afetar 141 escolas, creches e centros de atendimento especializado da capital paranaense. De acordo com o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), espera-se que cerca de 80% dos 10 mil profissionais cruzem os braços a partir do dia 15. Eles exigem novas contratações, melhores condições de trabalho e a implantação imediata do Plano de Carreira.
Os servidores municipais param somente na quarta-feira, embora o sindicato responsável pela categoria (Sismuc) não descarte a possibilidade de uma expansão ao molde do que será feito pelos professores. A coordenadora do setor jurídico do sindicato, Adriana Claudia Kalckmann, conta que as últimas declarações do prefeito Rafael Greca (PMN) sobre um possível ajuste fiscal desagradou os profissionais, que ainda esperam por um diálogo com a prefeitura para negociar aumentos de salários.
“As últimas indicações do prefeito deixaram a base bem descontente, então devemos ter uma adesão bem grande nessa paralisação”, diz Kalckmann. “Antes, a gente lutava para conquistar direitos. Hoje, brigamos para não perder”.
Essas três categorias devem se reunir para um ato na manhã do dia 15 na praça Santos Andrade, a partir das 9h.
Outros setores
O SindSaúde Paraná, responsável pelos profissionais de saúde do estado, também confirmou paralisação. O sindicato está organizando uma mobilização em frente à Secretaria da Saúde para exigir algumas de suas pautas, como o pagamento atrasado de promoção e progressão, reajuste na data-base e o reajuste na jornada de trabalho. Eles também devem protestar em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico.
Os metalúrgicos aderem ao 15 de março com paralisação em massa na indústria paranaense. Contra as reformas federais, os cerca de 15 mil trabalhadores vão parar as linhas de montagem nas montadores Renault, Volvo e Volkswagen. A Bosch também deve ser afetada, assim como outras empresas da região.
Além desses, profissionais de outras áreas também podem parar. Os bancários votam a adesão ou não ao movimento no início da noite desta segunda-feira. Já os policiais civis anunciaram que vão esperar a decisão da UPB (União dos Policiais do Brasil) antes de se posicionar. Porém, no site do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (SinclaPol), o presidente André Luiz Gutierrez diz não descartar a possibilidade de ampliar a paralisação caso o governo estadual não cumpra o compromisso com os policiais.
A quarta-feira (15) vai ser de paralisações em todo o país. Saiba o que vai parar em Curitiba.