O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia denunciado o senador tucano por ter recebido propina e por maquiar dados para obstruir investigação

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na quarta-feira (11) a abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), requerida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

No site do STF, o acompanhamento processual do pedido de abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tem como relator o ministro Gilmar Mendes, traz registrado um despacho do ministro. O site registra que foi acolhida a representação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot “pela instauração de inquérito em desfavor de Aécio Neves da Cunha”.

O texto diz ainda que foi determinado o desarquivamento de outra ação que citava o senador. O trecho do texto registrado no acompanhamento processual diz ainda que foi “determinada a remessa dos autos à Corregedoria-Geral de Polícia Federal para providenciar as inquirições e diligências requisitadas na representação, [com] prazo de noventa dias”.

De acordo com manifestação de Janot enviada ao STF no pedido de abertura de inquérito contra Aécio, além das acusações contra o senador feitas pelo doleiro Alberto Yousseff em delação premiada, surgiram “fatos novos” a partir da delação do senador cassado Delcídio do Amaral, ex-líder do governo no Senado Federal.

De acordo com as delações do doleiro Alberto Youssef e de Delcídio do Amaral, Neves teria recebido propina de um esquema de corrupção operado em Furnas. Furnas é uma empresa de economia mista e que opera nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Tocantins, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Norte e Ceará.

Para receber o dinheiro ilegal, Aécio usaria uma conta no paraíso fiscal do principado europeu de Lienchestein. O dinheiro desviado iria para a conta aberta em nome da mãe do senador, e da qual Aécio seria o beneficiário.

Outra acusação é de que Aécio teria interferido junto à CPI dos Correios para obstruir as investigações em 2005. O senador teria enviado um emissário a 

Delcídio,

que presidia a Comissão Parlamentar de Inquérito pedindo que o envio das informações da quebra do sigilo bancário no Banco Rural fossem postergadas. Nesse ínterim, segundo o delator, Aécio teria tido tempo para maquiar as contas e esconder o rastro dos desvios feitos no banco.

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