O engenheiro ambiental da Agência Reguladora- Cagepar- e diretor de fiscalização, Guilherme Samways fez considerações sobre as primeiras horas de intervenção na empresa Paranaguá Saneamento- responsável pelo abastecimento de água e coleta de esgoto na cidade.
Por falta de documentação apresentada pela própria empresa, a Cagepar e a Prefeitura decidiram pela intervenção que ocorreu na última sexta-feira, dia 5. Nesta segunda-feira, dia 8, o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, juntamente com representantes da Cagepar e do interventor, Odair José Pereira, explanaram sobre o que vem sendo encontrado e o que provocou, inclusive, protocolar junto ao Ministério Público Federal e Estadual ação contra a Paranaguá Saneamento.
“Nós temos equipes vistoriando a Ilha dos Valadares, por exemplo, e já percebemos que, pelo menos só 50% em dispositivo de capacidade de ligação a rede de esgoto e, mesmo assim, a empresa quer cobrar de toda a Ilha”, destacou Guilherme Samways.
A falta de coleta de esgoto num sistema ideal prejudica muitos moradores da cidade. “De acordo com relatório 69% da rede unitária de esgoto da cidade é falsa”, disse o prefeito. Isso quer dizer que a coleta de esgoto é precária e o meio ambiente vem sendo degradado continuamente sem que os investimentos propostos acabem com esta situação.
“Acredito que os alagamentos que ocorrem com frequência também sejam provocados, justamente, porque a rede coletora é unitária e não há evasão de tudo que se precisa, e nem encaminhamento correto na Estação de Tratamento de Esgoto, então esse fluxo volta para as ruas, extravasando e provocando o excesso de água e esgoto na rua”, explicou o engenheiro ambiental. Ele ainda lembrou que a empresa vem usando a rede de drenagem do município, quando deveria ter sido feito o sistema de separação absoluta para coleta do esgoto.
Documentação
Além dos problemas técnicos que vem sendo encontrados, parece que houve um pouco de resistência de algumas pessoas quando foi anunciada a intervenção.
“Os sistemas estavam fora do ar e poucas informações estavam sendo repassadas. Fizemos ata notarial de toda a situação mas também fizemos uma reunião para tranquilizar os funcionários da empresa”, adiantou o interventor. “Mesmo em tão pouco tempo já conseguimos muitas informações que, após meses de tentativa pela agência reguladora e de fiscalização, não foi possível obter”, ressaltou Odair Pereira.
É importante lembrar também à população que, nos casos de dúvidas com cobranças de água ou esgoto, os registros podem ser feitos na Ouvidoria da Cagepar. Após este registro, o corte de água, por exemplo, não pode ocorrer até que a situação seja solucionada. A explicação foi do atual diretor presidente da Cagepar, Paulo Guedes.
O prefeito de Paranaguá lembrou que este é o primeiro boletim quanto à situação de intervenção. Sabe-se que a Paranaguá Saneamento entrou na justiça para impedir o ato. “Espero que o Poder Judiciário permita a continuação desta intervenção para que todas as informações necessárias possam ser levadas ao povo de Paranaguá”, completou.
Com informações que podem configurar crime ambiental, a Cagepar entrou com ação junto ao Ministério Público Estadual e a Prefeitura de Paranaguá entrou com ação no Ministério Público Federal.
SECOM