MPF revela que empresários, servidores públicos, falecidos, doadores de campanha e servidores doadores de campanha receberam juntos R$ 1,9 milhões

Dados divulgados nessa sexta-feira (11) pelo Ministério Público Federal (MPF) revelam que no Paraná, o número de suspeitos alcança 28.654, o que corresponde a 3,86% dos 741.609 beneficiários do programa no Estado. No período da auditoria do MPF, esses suspeitos receberam R$ 90 milhões, sendo que empresários obtiveram a maior parte deste recursos (R$ 64 milhões); servidores públicos (R$ 24,9 milhões); falecidos (R$ 618 mil); doadores de campanha (R$ 159 mil); e servidores doadores de campanha (R$ 333 mil).

 O maior percentual de recursos suspeitos no Paraná é no pequeno município de Nossa Senhora das Graças, que tem população de 3,8 mil, no Norte do Estado. O MPF detectou 34 beneficiários suspeitos, cujo montante pago a eles corresponde a 13% do valor repassado ao município. Entre as grandes cidades, Maringá tem o maior percentual de suspeitos (6,66%). Lá, 711 recebedores estão sob investigação. Na capital, 2.765 suspeitos, que receberam 5,2% do valor repassado para Curitiba.

  DADOS

 O projeto do MPF analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família no período de 2013 a maio de 2016. Nesse período, o programa pagou aos 21,4 milhões de beneficiários R$ 86,1 bilhões. Desse total de beneficiários, 874.115 foram considerados suspeitos e receberam cerca de R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 2,03 bilhões a empresários; R$ 1,23 bilhões a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; R$ 25,97 milhões pagos a beneficiários falecidos; R$ 11,89 milhões a doadores de campanhas que doaram valores superiores ao benefício recebido; R$ 11,48 milhões a servidores públicos doadores de campanha (independentemente do valor da doação).

 O estado com maior incidência percentual de perfis suspeitos foi Roraima, com 8,89% de recursos do programa pagos a perfis suspeitos. Já o estado do Pará apresentou o menor percentual de perfis suspeitos com relação ao total de recursos pagos pelo programa (1,62%). Ainda de acordo com a análise do MPF, apenas 31 cidades não apresentaram indícios de pagamento suspeito.


fonte: Ministério Público Federal

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