O Campeonato Paranaense vale? Sempre vale. Ao ver a festa que os jogadores do Coritiba fazem neste momento no gramado do Couto Pereira, após a conquista do título estadual com o empate em 0x0 com o Atlético, fica a certeza de que qualquer conquista é festejada. Para a torcida, então, mais ainda, pois depois de dois anos de decepções dentro do próprio estádio, hoje foi possível comemorar em cima do principal rival. Depois de quatro anos, as cores do futebol paranaense voltam a ser o verde e o branco.
Foi uma campanha acidentada a do Coritiba. Naturalmente indicado no início da temporada como um dos favoritos ao título, teve dificuldades nas primeiras rodadas do turno único. Ainda com Paulo César Carpegiani como treinador, oscilava durante as partidas e não conseguia bons resultados. Mas não foi por conta de um resultado no Paranaense que o técnico foi demitido, e sim pela eliminação na Copa do Brasil – em pleno Alto da Glória – para o ASA. Numa segunda de Carnaval, acabou a festa para Carpegiani.
A diretoria informou então que Pachequinho seria o técnico interino até que outro profissional fosse contratado. Na estreia, uma pancada dura, a derrota para o time sub-23 do Atlético no ‘clássico do YouTube‘. Aquele jogo marcou o pior momento alviverde na temporada. Dali surgiu um pacto entre os atletas, que prometeram o título paranaense para a diretoria.
Arrancada
Enquanto isso, o interino foi ficando, ficando, ficando… Os jogadores apostaram no projeto de Pachequinho, que tinha sido enviado à Europa em 2016 para estudos. E os resultados começaram a aparecer. O Coritiba terminou a primeira fase atrás apenas do Paraná Clube, e com a eliminação tricolor, passou a ter a melhor campanha do Paranaense – por isso decidiu no Couto Pereira em todas as fases eliminatórias.
Nas quartas de final, o Cascavel foi superado sem maiores problemas. Goleada no Olímpico Regional por 5×0, goleada no Couto Pereira por 4×0. Contra o Cianorte, a grande surpresa do Estadual, maiores dificuldades. Na ida, no Albino Turbay, vitória do Leão do Vale por 1×0. As contestações voltaram a rondar o Alto da Glória. Era preciso vencer, a pressão voltou com tudo. E graças a Kléber, Henrique Almeida e Iago, o Coxa conseguiu o 3×1 que garantiu a vaga sem precisar da decisão nos pênaltis.
Na decisão, o reencontro com o Atlético. O cenário era igual ao de 2016. Primeiro jogo na Arena. Só que desta vez o Coritiba não entrou em campo querendo levar a decisão para o Couto Pereira, e sim resolver a parada na casa do rival. Na sua melhor atuação em muito tempo, o Alviverde venceu por 3×0 e encaminhou o título. Para a torcida, os jogadores e Pachequinho, a semana demorou a passar. Mas veio. O jogo veio. Agora está terminado, e a torcida que viu tantas dificuldades, pode enfim sorrir e comemorar o título paranaense.
Este conteúdo foi originalmente publicado no portal da Tribuna do Pr.