Paranaguá não merece viver sob uma administração que insiste em transformar a gestão pública em um teatro de ilusões. Enquanto discursos são recheados de promessas, a realidade grita nas ruas, nas escolas e nas unidades de saúde. O cenário que se apresenta é o retrato de um poder público ausente, que parece administrar pela metade – quando não, pela aparência.
Comecemos pela educação, pilar de qualquer sociedade que almeje um futuro digno. O tão anunciado ensino integral não passa de uma versão capenga, em que o "integral" existe apenas no discurso oficial.
Anunciaram nesta semana o aumento de escolas atendidas mas o alcance, em número reais de alunos atendidos, não chega aos 100%.
Famílias são enganadas com a ilusão de que seus filhos terão acesso a uma formação mais completa, quando, na prática, recebem apenas um turno estendido pela metade, sem estrutura adequada e sem a mínima seriedade na execução. Para piorar, falta até papel higiênico em escolas da rede municipal – um detalhe que revela o descaso com as condições básicas de higiene e dignidade dos estudantes. Como falar em qualidade de ensino quando nem o mínimo é garantido?
A situação não melhora na saúde. É inaceitável que unidades utilizem copos descartáveis reutilizados para servir água a pacientes e acompanhantes. Isso não é economia: é negligência com a saúde pública, um risco direto à população. A desculpa da escassez de recursos cai por terra quando se constata que milhões são anunciados em investimentos, mas a realidade das pessoas continua marcada por improvisos indignos. (vide Erastinho)
Na segurança, a incoerência se repete. As câmeras que estavam instaladas em pontos estratégicos foram removidas. As novas, já pagas, nunca foram colocadas. O resultado? Cidades às cegas, cidadãos desprotegidos e o dinheiro público pairando no limbo da má gestão. É mais uma promessa vazia transformada em risco diário para quem vive ou transita pelo município.
Como se não bastasse, até dentro da própria administração reina o descontrole. O secretário de esportes se vê acuado, sem autoridade, pois “protegidos” do prefeito têm mais poder que ele. Uma gestão que não respeita nem seus próprios quadros dificilmente terá compromisso com a população.
SOBRE ESSE ASSUNTO ESTAMOS FINALIZANDO A CONFIGURAÇÃO DE UM DOSSIÊ QUE SERÁ ENTREGUE AINDA ESSA SEMANA NO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA FORMALIZAR A DENÚNCIA.
TEM VEREADOR ENVOLVIDO!
Diante desse quadro, é impossível não constatar: vivemos sob uma gestão de faz de conta. Nada acontece de concreto, nada se resolve. O que sobra é a maquiagem política de quem prefere a propaganda à responsabilidade, a promessa ao resultado, o discurso vazio à ação real.
A população não pode mais ser espectadora de uma encenação barata, enquanto suas necessidades reais seguem sendo ignoradas.
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Seme Said é diretor do portal Nosso Paraná
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