Cresceu nas últimas semanas a procura pela vacina contra a febre amarela nas unidades básicas de saúde de Paranaguá. A informação é da Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção (Semsap). O motivo é o registro de regiões endêmicas para a doença em alguns Estados brasileiros, como Minas Gerais e São Paulo, o que tem provocado preocupação das autoridades sanitárias.
A aplicação das doses está se dando sobretudo para crianças a partir de 9 meses e para adultos que estão com perspectiva para viajar. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da Semsap, Juliana Caroline Ávila Queiroz, vale lembrar que a febre amarela é uma doença que está no país há muito tempo e que gerou várias epidemias, sendo este o motivo para a vacinação estar preconizada no calendário. “A febre amarela está ativa novamente até no Paraná e por Paranaguá ter ambiente propício e vetor a preocupação é redobrada”, afirma ela.
Não há em Paranaguá nenhum caso de febre amarela autóctone (contraído na própria cidade) e nem importado, lembra Juliana, “mas por isso estamos reforçando a vacinação, não dá para ficarmos de braços cruzados esperando a doença chegar”. Segundo dados do Ministério da Saúde, desde 1942 o Brasil não registra casos de febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes Aegypti, o mesmo vetor da dengue, zika e chikungunya. Os casos registrados atualmente são de febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes.
Juliana lembra que “o porto faz com que Paranaguá tenha fronteira com o mundo”. Por este motivo, a determinação do secretário municipal de Saúde e Prevenção, Paulo Henrique Oliveira e do prefeito Marcelo Roque é para que todas as pessoas que se enquadrarem nos critérios vacinais de imunização sejam atendidas. A aplicação está se dando em todas as unidades básicas e também na sede da Semsap, na avenida Gabriel de Lara.
“Estávamos fazendo compras de testes rápidos para outras doenças, como dengue, zika e chikungunya e aproveitamos para pedir também que se contemple a aquisição para a febre amarela”, revela a superintendente, que lembra que os sintomas das quatro doenças são semelhantes, mas que a febre amarela se apresenta com icterícia (coloração amarela dos tecidos e secreções) rapidamente, provocada pela queda do nível de plaquetas no sangue.
Segundo o secretário de Saúde e Prevenção, Paulo Henrique Oliveira, a Semsap está estudando a formalização de barreiras sanitárias para aplicação de bombas costais nos caminhões que adentram a cidade em função da atividade portuária. "O prefeito Marcelo Roque determinou especial atenção acerca da instalação das barreiras sanitárias. Ainda esta semana estaremos reunidos com procurador geral do Município, e em seguida com a 1.ª Regional de Saúde e a Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina)", disse o secretário.
INDICAÇÕES
Segundo dados do Ministério da Saúde, a vacina contra a febre é indicada para crianças de 6 a 9 meses incompletos somente em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a doença. De 9 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias deve ser administrada uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas.
Crianças a partir de 5 anos, que receberam uma dose da vacina antes de completarem a idade, devem receber uma única dose, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Para aquelas que nunca foram vacinadas ou que não tenham como comprovar a orientação é administrar a primeira dose da vacina e 10 anos depois o reforço.
Pessoas com 60 anos ou mais, que nunca foram vacinadas ou que não tenham como comprovar que foram imunizadas, terão que passar por avaliação médica para saber do risco ou benefício da vacina, levando em conta reações adversas que podem ocorrer nesta faixa etária ou decorrentes de comorbidades (outras doenças já existentes no paciente).
No caso de gestantes, independente do estado vacinal, a aplicação é contraindicada, ainda de acordo com o Ministério da Saúde. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco.
Para mulheres que estejam amamentando crianças até 6 meses de idade, independente do seu estado vacinal, também não há indicação. No caso de não poder adiar a aplicação o aleitamento deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias após a dose. No caso de pessoas que vão fazer viagens internacionais as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) devem ser seguidas. No caso de viagens no Brasil o indicado é tomar a vacina 10 dias antes do embarque. O mesmo prazo não se aplica no caso de revacinação.
Fonte: Assessoria Prefeitura de Paranaguá