O Rio Grande do Sul, que havia sido ultrapassado em 2013, é de novo o quarto do ranking

Riqueza Nacional

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O Paraná voltou a cair para a quinta colocação no ranking de participação dos Estados na composição do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, quando a produção paranaense caiu 1,5% em relação ao ano anterior. Dos cinco maiores, apenas o Rio de Janeiro não teve desempenho negativo naquele ano. Para especialistas, o resultado paranaense tem a ver com a estiagem e a retração na indústria. O PIB regional foi divulgado nesta segunda-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). 

De acordo com o levantamento, o PIB brasileiro foi de R$ 5,78 trilhões em 2014, uma variação de 0,5% a mais que o ano anterior. Foi o pior resultado registrado em cinco anos e o segundo pior na série histórica desde 2002 – só ficou à frente do registrado em 2009, quando houve decréscimo de 0,1%, segundo o gerente das Contas Regionais do IBGE, Frederico Cunha. 

Ainda de acordo com ele, os melhores desempenhos foram os dos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm forte base agropecuária. Os piores resultados foram provocados, principalmente, pela indústria de transformação, mais forte no Sudeste e no Sul. 

No Paraná, o PIB de 2014 chegou a R$ 342,08 bilhões em 2014. O resultado, 1,5% menor que o de 2013, representa 6% de todo o PIB brasileiro e voltou a colocar o Estado na quinta colocação, depois de a economia local ter ultrapassado a do Rio Grande do Sul em 2013. 

Naquele ano, a produção paranaense representou 6,3% do PIB, participação maior que a dos gaúchos, de 6,2% em 2013. O percentual deles voltou a se repetir no ano retrasado. 

Segundo o chefe do IBGE no Paraná, Sival Dias dos Santos, o desempenho paranaense dentro do PIB nacional tem a ver com a agricultura gaúcha em 2013. O Rio Grande do Sul teve problemas climáticos naquele ano que prejudicaram a safra, derrubando a região da quarta colocação. No ano retrasado, a situação se inverteu: a estiagem prejudicou a fase de enchimento do grão da soja no Paraná, que teve queda de 5,4% na produtividade da safra do grão. A estiagem também prejudicou a produção de energia elétrica, outro ramo em que o Paraná é destaque – em 2013, a usina hidrelétrica de Itaipu bateu recorde histórico de produção de energia, o que não se repetiu em 2014. Junto a tudo isso, a retração na indústria, principalmente a automobilística e de máquinas agrícolas, resultado da crise econômica, teve forte impacto no PIB. 

‘EXTRAORDINÁRIOS’ 

O retorno A quinta posição ocorreu por "uma combinação de fatores extraordinários" que deve ser superada em breve e "a tendência é de consolidação da quarta posição", avalia o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Júlio Suzuki. 

De acordo com ele, desde a década de 1940 o Paraná figura como a quinta economia do Brasil, mas "há muito tempo" se aproximava do Rio Grande do Sul. "Houve essa ultrapassagem em 2013 e só voltou atrás por causa desses fatores, mas, nos próximos anos, o Paraná volta a passar ou se aproxima muito dos resultados gaúchos", diz. O gerente de economia da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Marcelo Percicotti, ressalta que a diferença de participação no PIB entre gaúchos e paranaenses é de 0,2 pontos percentuais. "Naquele ano, não foi uma disputa entre quem perdeu mais [produção]", afirma. No Paraná, a estiagem prejudicou também a indústria alimentícia, recorda.

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