"Não há previsão", disse Temer a jornalistas no intervalo de reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.
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O presidente Michel Temer assegurou nesta sexta-feira que não há previsão do governo para novo aumento de impostos por enquanto, após a elevação das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis anunciada na véspera pela equipe econômica para aumentar a arrecadação.

"Não há previsão", disse Temer a jornalistas no intervalo de reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.

"Nós por enquanto estamos atentos, a área econômica está atenta, a isto apenas, para este aumento. Não sei se haverá necessidade de mais ou não, haverá naturalmente diálogo e observações sobre isso, mas agora não", acrescentou.

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Depois de afirmar na quinta-feira que a população iria compreender o aumento de impostos por se tratar dos esforços de responsabilidade fiscal do governo, Temer disse que ele mesmo compreende as críticas ao reajuste feitas pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.

"Eu compreendo a reação da Fiesp, é mais do que razoável. Nós vamos dialogando, vamos conversando, e ao poucos todos compreenderão, a Fiesp inclusive", respondeu Temer ao ser questionado sobre a posição de Skaf, que disse em nota que os empresários da Fiesp ficaram "indignados" com a medida.

"É uma natural reação econômica, ninguém quer tributo, mas na verdade quando todos compreenderem que é fundamental para incentivar o crescimento, para manter a meta fiscal, para dar estabilidade ao país e para não enganar, não produzir nenhum ato governativo que seja enganoso e fantasioso, essa matéria logo será superada, não tenho dúvida disso", acrescentou Temer.

Em um cenário de arrecadação frustrante e com a economia brasileira dando lentos sinais de recuperação, o governo anunciou na quinta-feira alta nas alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis com previsão de injetar 10,4 bilhões de reais nos cofres públicos. A medida foi acompanhada de um contingenciamento adicional de 5,9 bilhões de reais no Orçamento.

Reportagem de Jorge Otaola/Reuters

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