Em cinco anos (2010-2015), o faturamento do setor cresceu 137%, contra 68% da média nacional

Paraná passou a responder por 11% da carga transportada em todo o País

Paraná passou a responder por 11% da carga transportada em todo o País Reprodução

A receita bruta gerada pelas empresas de transporte rodoviário do Paraná cresceu 137% de 2010 a 2015 - de R$ 11,4 bilhões para R$ 27,1 bilhões - colocando o Estado na vice-liderança nacional deste serviço. É o que revela a Pesquisa Anual de Serviços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Anteriormente, o Paraná ocupava a quinta posição no ranking do transporte. Era responsável por 7,9% das cargas. Passou a responder por 11,1% delas.

A pesquisa ainda não traz dados de 2016 e 2017, mas acredita-se que o Paraná tenha mantido a posição de 2015. "Creio que o Paraná não mudará (de lugar na lista) porque o desempenho amargado pelo País durante a crise foi pior que o nosso. O transporte é extremamente sensível ao ritmo da atividade econômica", pondera o presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná), Marcos Battistella. 

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Ele ressalta que o Estado não é "uma ilha" e que as empresas e os profissionais autônomos foram afetados com a crise. O ano de 2016, não analisado pelo IBGE, foi o pior para o setor. "Ficamos com caminhões parados por queda na construção civil, na produção industrial e a consequente redução de produtos para transportar, concentrando a movimentação para as safras e o agronegócio como é de costume", ressalta. 

Enquanto o setor cresceu 137% no Paraná, naquele período, na média nacional o crescimento foi de 68%. Em termos nominais, o transporte rodoviário gerou R$ 243,8 bilhões em todo o Brasil. O Paraná respondeu por R$ 27,1 bilhões deste total. Já a receita bruta no Estado líder do ranking, São Paulo, foi de R$ 73,6 bilhões em 2015 - 30,2% do total."Ultrapassamos estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais", aponta. 

Ainda que a força do agronegócio responda por grande parte das cargas transportadas, o diretor-presidente do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), Julio Suzuki Júnior afirma que o programa de desenvolvimento industrial Paraná Competitivo teria contribuído para a performance do transporte no Paraná. 

Para o economista, professor da FAE Centro Universitário, e ex-presidente do Ipardes, Gilmar Lourenço, o "esforço fiscal" feito pelo Estado foi outro motivador do crescimento da receita do transporte. "Observando o retrato de 2010 e 2015, podemos ver que o recorte não pega toda a crise, mas é fato de que o Paraná, graças ao esforço do ajuste fiscal de toda a nossa sociedade, inclusive com aumento de impostos, garantiu um rumo diferente (do restante do País)", afirma. 

Ele ressalta que o levantamento revela a dependência do setor produtivo do modal rodoviário. "O uso excessivo do transporte rodoviário evidencia o grau de nossa dependência em um modal limitado, mas estratégico para os nossos objetivos de escoamento e que tem se dado em estradas bem conservadas", aponta. 

Neste aspecto, ele é contestado pelo o presidente do Setcepar. "Quase nada mudou em termos de infraestrutura, mesmo na época que antecedeu a crise. Várias duplicações ficaram no papel e trechos estratégicos, como Curitiba- Londrina, seguem dependendo dos mesmos caminhos, porém, com uma demanda muito maior. Dos 400 quilômetros que separam a capital de Londrina, 250 quilômetros seguem em pista simples", argumenta Battistella.

Com informações do portal Folha de Londrina

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