Reposição das aulas deve ser discutida conforme a situação de cada escola.
Decisão de suspender a greve foi tomada durante assembleia realizada na manhã de segunda-feira em Curitiba.

Professores da rede estadual do Paraná suspenderam a greve e devem retornar aos trabalhos nesta terça-feira (1º). A decisão foi tomada durante assembleia realizada na manhã de segunda (31) em Curitiba. Em Londrina, 60% da categoria estavam mobilizados. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) em Londrina, Márcio André Ribeiro, o fim da paralisação foi uma das condições estabelecidas pelo governo para retomar a negociação salarial. "Como houve um pequeno avanço, a categoria optou por apostar na mesa de negociações e tentar concretizar a pauta de reivindicações retornando às atividades. Apesar disso, permanecemos em estado de greve, o que significa que qualquer retrocesso nas negociações nos possibilita o retorno à greve", informou. 

A paralisação começou no dia 17 de outubro, depois que o governo do Estado apresentou emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que tramita na Assembleia Legislativa. As medidas congelam os salários do funcionalismo e suspendem o pagamento da reposição da inflação prometida para janeiro de 2017 no acordo para encerramento da greve do ano passado. 

O presidente da APP-Sindicato no Paraná, Hermes Leão, destacou que a mesa de negociações envolve o pagamento dos atrasados, das progressões e promoções, do auxílio transporte e do salário mínimo regional (sem reajuste desde 1º de maio), além da reposição da inflação. "Entendemos que a categoria está sempre muito vigilante. Temos que voltar para a sala de aula neste período de encerramento do calendário escolar", explicou. No entanto, uma paralisação nacional já está programada para 11 de novembro. O protesto é contra a reforma do ensino médio e o limite de gastos públicos. 

Em Londrina, o Núcleo Regional de Educação (NRE) informou que apenas duas escolas estaduais permaneciam com as atividades totalmente paralisadas em razão da greve dos professores. Com a suspensão da greve, alunos da Escola Estadual Professor Lauro Gomes da Veiga Pessoa, no Conjunto Maria Cecília, e do Colégio Estadual Professora Ubedulha de Oliveira, no Conjunto Luiz de Sá, ambos na zona norte, devem retomar o calendário letivo. 

O impasse permanece em relação às escolas ocupadas pelos estudantes em protesto contra os projetos apresentados pelo governo federal para a reestruturação do ensino médio e a limitação de gastos do poder público. Ao todo, 11 liminares foram obtidas na Justiça para a reintegração de posse. Apenas estudantes do Colégio Estadual Dario Vellozo, na zona oeste de Londrina, desocuparam o espaço de forma voluntária na última sexta-feira. "O oficial de Justiça está entrando em contato com os representantes das escolas restantes para notificar sobre as decisões. As desocupações devem ocorrer até esta terça", afirmou Lucia Cortez, chefe do Núcleo Regional em Londrina. 

Segundo Lucia, permaneciam ocupadas até o final da tarde de segunda as seguintes escolas: Adélia Dionísia Barbosa, Célia Moraes de Oliveira, Cleia Godoy Silva, Gabriel Martins, Guaravera, Nilo Peçanha, Nossa Senhora de Lourdes, Vani Ruiz Viessi, José de Anchieta e Margarida de Barros Lisboa. O Colégio de Aplicação também seguia ocupado. No entanto, conforme Lucia, o impasse envolve a Universidade Estadual de Londrina (UEL), responsável pela administração do local.

O Núcleo Regional de Londrina abrange 19 municípios. Apenas escolas em Londrina seguiam ocupadas. O movimento não compromete a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que as provas serão realizadas em escolas já desocupadas. 

A assessoria da Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou que 516 escolas foram desocupadas na última semana em todo o Estado e outras 315 seguiam ocupadas. A assessoria não soube informar quantas delas seriam utilizadas como locais de prova do Enem. 

A reposição das aulas e a elaboração de um novo calendário escolar serão analisadas de acordo com a situação de cada uma das escolas em que houve a suspensão das atividades. "Vamos fazer um novo calendário, mas não será um calendário único. É cedo para dizer se a reposição será feita até fevereiro. A ideia é, de preferência, fechar o ano letivo ainda neste ano", adiantou Lucia Cortez. 

O calendário escolar deve contar com 200 dias letivos e 800 horas/aula. As propostas elaboradas pelas escolas serão encaminhadas aos núcleos regionais. A Seed orientou que as aulas sejam repostas aos sábados e entre os dias 22 e 28 de dezembro.

Thamiris Geraldini e Viviani Costa - FW

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