Os mandados judiciais são cumpridos nas cidades de Uruará/PA, Placas/PA, Rurópolis/PA, Santarém/PA, Castelo dos Sonhos- Altamira/PA e Porto União/SC, além de Curitiba e União da Vitória.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (4), a Operação Anhangá Arara, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa que coordenava a extração ilegalmente de madeiras nobres dentro da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca.

Os mandados judiciais são cumpridos nas cidades de Uruará/PA, Placas/PA, Rurópolis/PA, Santarém/PA, Castelo dos Sonhos- Altamira/PA e Porto União/SC, além de Curitiba e União da Vitória. São 10 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de sequestro de bens e valores e seis mandados de busca e apreensão. Policiais federais estão em empresas e residências dos investigados.


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De acordo com a Polícia Federal, a investigação começou após relatório da Operação Cachoeira Seca, realizada pelo IBAMA, onde apontou que a TI Cachoeira Seca estava sendo alvo de exploração ilegal de madeira por madeireiras clandestinas. Foi identificado um grupo empresarial composto por familiares, cujo o patriarca era o responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas protegidas e por escoar a madeira para as empresas do grupo familiar.

A PF informou que, para burlar a fiscalização e dar teor legal à madeira, o grupo fraudava créditos florestais por meio de inserção de dados falsos no SISFLORA, além de utilizar Planos de Manejo Florestal de “fachada”. Após isso, a madeira era transmitida entre empresas do grupo até ser exportada por meio de portos de Belém e do Sul do Brasil, como os constantes na cidade de Itajaí e Paranaguá. O destino da madeira abrange os continentes Americano (EUA, Panamá, Argentina), Europa (França, Reino Unido, Alemanha) e Ásia (Emirados Árabes Unidos, Coreia do Sul).

Segundo Laudo Pericial da Polícia Federal, estima-se o dano ambiental em um valor aproximado de R$ 574.912.424,78, referente exclusivamente às atividades de extração ilegal de madeira do interior da Terra Indígena Cachoeira Seca, e de R$ 322.145.395,69, referentes aos produtos florestais extraídos ou destruídos quando da abertura das áreas classificadas como “corte raso”. Isto totaliza a quantia de R$ 897.057.820,47.

Nome da operação

O nome Anhangá Arara significa proteção à morada dos índios, afetada pelas ações dos investigados. Anhangá é o espírito protetor da natureza, figura pertencente ao folclore indígena, enquanto Arara são os povos indígenas que habitam a Terra Indígena Cachoeira Seca, encontrando nela uma nova morada, após quase serem extintos no Século XX.

Com informações da PF

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