Analfabetismo atinge 758 milhões de adultos no mundo

Brasil tem 13 milhões de pessoas que não sabem ler ou escrever uma frase simples; no Paraná, são 495 mil

Apesar do avanço nas políticas de aprendizagem e de educação de adultos nos últimos anos, 758 milhões em todo o mundo não sabem ler e escrever, segundo último relatório da Unesco.

Com 13 milhões de analfabetos, o Brasil faz parte do grupo de mais de 100 países que assinaram acordo em 2009 e ainda não atingiram 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos até 2015. Pesquisa mostra que 63% das pessoas com baixas habilidades de alfabetização são mulheres

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O Marco de Ação de Belém, assinado em 2009 no Brasil, informou não ter alcançado a meta da Educação para Todos de atingir 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos.

Os dados são do 3º Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos (Grale III), divulgado recentemente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

Apesar do avanço nas políticas de aprendizagem e de educação de adultos nos últimos anos, a maioria dos 144 países signatários do Marco de Ação de Belém, assinado em 2009 no Brasil, informou não ter alcançado a meta da Educação para Todos de atingir 50% de melhoria nos níveis de alfabetização de adultos até 2015. Pelo acordo, os países concordaram em melhorar a aprendizagem e a educação de adultos em cinco áreas: políticas, governança, financiamento, participação e qualidade. Os signatários se comprometeram a adotar ações em aprendizagem e educação de adultos por meio de políticas públicas e leis. 

Segundo o Grale III, a maioria dos países signatários relatou progressos na implementação de todas as áreas do acordo. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido, segundo a Unesco, especialmente na redução da desigualdade de gênero. Conforme o levantamento, a maioria dos excluídos da escola é formada por meninas: 9,7% das meninas de todo o mundo estão fora da escola, índice comparado a 8,3% dos meninos. 

Da mesma forma, mostra a pesquisa, 63% dos adultos com baixas habilidades de alfabetização são mulheres. "A educação é essencial para a dignidade e os direitos humanos e é uma força para o empoderamento. A educação de mulheres também tem grande impacto nas famílias e na educação das crianças, influenciando o desenvolvimento econômico, a saúde e o engajamento cívico de toda a sociedade", expõe trecho do Grale III. 

Já de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País tem 13 milhões de analfabetos, o que corresponde a 8,3% da população maior que 15 anos. A taxa era de 11,5% em 2004. Mesmo com todos os esforços, a redução não conseguiu atingir a meta da ONU, de chegar a 6,5% da população adulta iletrada em 2015. Segundo o IBGE, o Nordeste tem a pior situação, com índice de 16,6% e o Sul, a melhor, com 4,4% de analfabetos. 

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), a taxa de analfabetismo no Paraná é 4,5%, o que equivale a aproximadamente 495 mil pessoas, contingente próximo à população de Londrina (553 mil). De acordo com a coordenadora da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Seed, Márcia Dudeque, 8.274 alunos cursam a modalidade em 483 escolas estaduais de todo o Paraná. Os números correspondem a alunos da rede estadual, a partir do 6º ano do ensino fundamental. 

De acordo com Márcia, contando com os alunos dos anos iniciais (1º ao 5º), o número de matrículas cresce consideravelmente, porém ela não soube informar os dados, de responsabilidade dos municípios. A coordenadora também chamou a atenção dos municípios quanto a importância de manter a EJA. "Os anos iniciais são de responsabilidade dos municípios, não importa a idade dos alunos", ressalta. Segundo ela, dos 399 municípios paranaenses, 50 não ofertam a EJA nos anos iniciais. "Os anos iniciais são fundamentais para o processo de erradicar o analfabetismo. Para isso, é necessário o empenho de todos os agentes envolvidos no processo", argumenta. 

Celso Felizardo - FL com Redação Nosso Paraná

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